Julio Gomes

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Palmeiras consegue a vitória justa dos que não desistem

O Palmeiras escolheu mandar a campo um time mais titular do que reserva. O São Paulo, praticamente inteiro reserva. É curioso, porque o Palmeiras só joga quarta pela Libertadores, enquanto o São Paulo joga quinta. Mas as decisões dos treinadores mostram bem as intenções na temporada. O Palmeiras, já sem Copa do Brasil e contra a parede na Libertadores, não pode simplesmente esquecer do Brasileiro. O São Paulo, mais bem posicionado nas Copas, deixa os pontos corridos em segundo plano.

Ou seja, era jogo para o Palmeiras ganhar. Com mais titulares, atuando em casa com torcida única e, sobretudo, com Estevão em grande tarde. Daqui a pouco, já poderemos falar até em Estevão-dependência. É nítido como o time depende do menino para conseguir criar e atacar.

Mas foi sem ele que veio o gol da vitória, após quase uma hora de jogo no segundo tempo. Flaco López, de cabeça, foi o herói, que deu ao Palmeiras uma vitória justa. A vitória de um time que se recusa a abandonar a competição, de abandonar disputas. O Palmeiras resiste.

Por 60 minutos, Estevão levou o time à vitória. Só no segundo tempo, deu três passes para gol. Um, meio sem querer, virou a assistência para Flaco López fazer 1 a 0. Os outros dois se transformaram em chances claríssimas perdidas por Raphael Veiga, irreconhecível neste domingo.

O primeiro tempo já deveria ter virado com vitória palmeirense e o fato é que o time aproveitou mal o período em que teve em campo um time quase todo titular e, claro, Estevão. Deveria ter matado a partida.

A queda feia e o atendimento longo (mas rápido e de se elogiar) ao lateral são-paulino Patrick esfriaram o jogo. Vieram as trocas, e a coisa se inverteu. O Palmeiras tirou Estevão, Veiga e Zé Rafael por causa da Libertadores e virou um misto (mais para reserva). O São Paulo mandou a campo seu trio de ataque, Lucas, Calleri e Luciano e virou um misto (mais para titular). O jogo virou de cabeça para baixo.

Luciano empatou a partida em um lance de desatenção de Lázaro e, de forma geral, da defesa palmeirense. Havia muitos jogadores na bola e, mesmo assim, André Silva conseguiu fazer a parede e Luciano teve liberdade total para chutar no canto e fazer um belo gol. Os 20 minutos que se seguiram, contando o início dos longos acréscimos, foram muito mais do São Paulo, que esteve perto da virada.

É verdade que o Palmeiras chegou ao 2 a 1 com Lázaro, mas o gol foi anulado por Raphael Klaus por impedimento. Achei absurda a marcação de interferência. Flaco López sequer estava na frente da bola chutada por Lázaro ou atrapalhava a visão de Rafael - que falhou. Mas é fato que houve, no início da jogada, falta de Felipe Anderson em Alan Franco. Foi uma anulação correta, mas pelo lance errado. Eles adoram dar margem para as polêmicas e discussões.

No fim da partida, o inteligentíssimo Luciano, que levou amarelo por comemorar o gol fazendo sinal de silêncio para a torcida do Palmeiras, teve de fazer uma falta perto da área e foi expulso. Ainda havia minutos de jogo, e o Palmeiras renasceu na partida e foi para cima. Em um cruzamento de Rony, Rafael falhou de novo, e López decidiu a partida.

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O que veio depois foi aquele tradicional show dos futebolistas e futeboleiros machões, que não sabem ganhar nem perder. E que depois gravam vídeos bonitinhos pedindo paz nas arquibancadas. Eles são o péssimo exemplo que fazem do futebol brasileiro o que ele é.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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