Julio Gomes

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Corinthians não está morto, mas se esforça para parecer um caso perdido

O Corinthians ainda não caiu para a segunda divisão. Ainda não foi eliminado da Copa do Brasil. Ainda não está morto e enterrado. Mas parece. E é difícil querer que o fatalismo não atinja o clube em todos os níveis, do campo à arquibancada. Nem o gol de Gustavo Henrique nos acréscimos, que supostamente deixa a eliminatória contra o Juventude mais aberta do que nunca, serve de consolo. São 19 derrotas em uma temporada que está longe do fim. Não preciso falar que é muito.

O primeiro tempo nesta quinta, em Caxias, foi pífio. Novamente, Hugo foi o responsável por evitar o pior, com duas defesas fantásticas. O melhor momento do Corinthians foi a queda da energia, porque aí o jogo parou por 20 minutos e o torcedor pôde respirar.

No segundo tempo, como já vimos em várias partidas, o Corinthians melhorou. Mostrou que tem material humano para fazer jogos melhores, mais corajosos e competitivos. Teve chances, estava melhor do que o rival em campo. E.... levou o gol. Porque isso é o que acontece sempre com equipes frágeis mentalmente e que sofrem com falta de confiança.

O Corinthians sofre há muitos anos de falta de futebol. Um aspecto que foi glamourizado por parte da torcida e da imprensa alvinegra porque a competitividade e a torcida ganhavam jogos e até campeonatos. Não vivemos mais a era da raça. Vivemos a era da estratégia. Não se ganha mais sem jogar.

O Juventude fez o segundo gol, a eliminatória parecia morta, e o gol de Gustavo Henrique é um sopro de esperança. Ainda assim, foi uma derrota, mais uma, de um clube que contratou quase 20 jogadores na temporada e não melhora, que já trocou dois técnicos, que não encontra o caminho e que vive uma balbúrdia nos bastidores. Não há muitos corintianos confiantes na passagem para a semifinal da Copa do Brasil. E menos ainda os que acham que dá para se salvar de uma novo rebaixamento no Brasileirão.

Como pode o pequeno Juventude, com 13 desfalques, fazer o jogo que fez hoje e o Corinthians, com reforços e tudo mais, sofrer tanto?

Ramón Díaz fez o milagre no Vasco no ano passado e o legado do técnico, uma conexão incrível entre time e torcida, segue vivo em São Januário. O argentino vai ter de fazer a mesma coisa com o Corinthians. Criar algum tipo de conexão que faça o Corinthians parecer um clube vivo e contagiante. Mas o relógio corre rápido e, a bola, corre torta.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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