Corinthians supera um decepcionante Flamengo na bola e na vontade
O Corinthians veio a campo com dois desconhecidos, um venezuelano e um espanhol que ninguém sabe quem é lá na Espanha. Já o Flamengo promoveu a estreia de um jogador de Premier League, o mais caro de sua história. Um estava na zona de rebaixamento, o outro, na briga por título. Um recebe dinheiro para caramba, mas ninguém sabe bem para onde vai, as dívidas se amontoam e a coisa ferve politicamente. O outro também recebe dinheiro para caramba, mas consegue usá-lo para contratar, pagar salários e ganhar títulos. Um tentou Tite, mas não teve mais, como a ex-namorada que não consegue reconquistar. O outro pegou Tite para ele.
Mas o futebol é o futebol. E um time, o que tinha tudo contra, quis muito mais a vitória do que o outro, que tinha tudo a favor. O Corinthians ganhou do Flamengo na bola e, o principal, na garra, na vontade. E ganhou até na porrada (lamentável) nos instantes finais da partida, dirão alguns.
No fim, o venezuelano do Corinthians deu uma entrada que poderia ser de vermelho, mas virou só amarelo. Fez um pênalti estúpido. Mas jogou bem. E o espanhol desconhecido saiu machucado no comecinho, o que resultou na entrada de Yuri Alberto em campo. E é óbvio que Yuri Alberto é melhor jogador. Fez uma grande jogada, que acabou no primeiro gol do time, marcado por Thales Magno. Depois, acabou expulso ao confundir vontade com violência - faltou inteligência.
Já o jogador de Premier League flamenguista, Carlos Alcaraz, quase fez um gol no primeiro lance dele com a camisa rubronegra. Jogou com velocidade e intensidade. Mas parecia ser o único a fim de buscar a vitória. Foi com tanta sede ao pote que se meteu na confusão dos acréscimos e foi expulso logo na estreia.
Dos "hispano hablantes" em campo, quem voou mesmo foi um velho conhecido, Romero, que entrou no segundo tempo, decidiu o jogo no primeiro toque que deu na bola e fez uma grande partida. Garro não ficou muito atrás, teve grande atuação.
O Flamengo de Tite tem sobrevivido aos jogos grandes do mata-mata, mas é a grande decepção do campeonato de pontos corridos. Está seis pontos atrás do Botafogo, ainda que tenha um jogo a menos. E não joga o suficiente para deixar seu torcedor confiante em uma virada.
Já o Corinthians tem contra ele um negócio muito simples, chamado tabela de pontuação. Não há outro caminho para fugir do rebaixamento que não seja vencendo e ainda é importante torcer contra alguns. Com esse nível de competitividade, trazendo cada jogo em Itaquera para seus termos, o Corinthians pode sonhar. Passou a semana toda falando que tinha uma final para jogar no domingo. E jogou mesmo como se fosse uma final.
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