Julio Gomes

Julio Gomes

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Futebol de seleções volta na Europa, e notícias não são boas para o Brasil

Depois de uma Eurocopa em que triunfou a juventude espanhola diante de países teoricamente favoritos, o futebol de seleções volta hoje no Velho Continente. Começa a Nations League - ou Liga das Nações da Uefa -, o torneio criado para acabar com os amistosos modorrentos e dar um tom de competitividade às datas reservadas para as seleções nacionais. Torneio que, de quebra, atrapalha a vida de quem quer enfrentar europeus mais vezes, como a seleção brasileira.

No dia de abertura, o destaque fica para Portugal x Croácia e a chance de ver Cristiano Ronaldo fazer o gol número 900 da carreira. Ampliando para a rodada de abertura, chama a atenção o clássico entre França e Itália, na sexta-feira.

Uma rápida olhada para a Liga das Nações traz duas más notícias para o Brasil e os planos de conquistar o hexacampeonato, em 2026. A primeira notícia é uma pequena mudança de regulamento. A Liga A, ou seja, a "primeira divisão" da Nations, ganhou uma fase a mais. Nas edições anteriores, os campeões dos grupos disputavam um quadrangular final. Agora, passam dois de cada grupo, o que gera uma disputa de quartas de final em ida e volta. Além disso, o acesso e o rebaixamento de uma liga para outra ganharam uma fase de playoffs.

Com tudo isso, haverá mais jogos a serem disputados e, claro, menos disponibilidade dos europeus. O Brasil conseguiu em março, finalmente, enfrentar duas seleções europeias: Espanha e Inglaterra, justamente as finalistas da Euro. Com a mudança da Nations, torna-se ainda mais ingrata a tarefa de conseguir agendar encontros contra as principais seleções da Uefa.

A segunda má notícia é a manutenção do trabalho de praticamente todos os treinadores das seleções principais. A Espanha segue com De la Fuente, a França com Deschamps, a Itália aposta na renovação com Spalletti, a Alemanha confia no jovem Nagelsman, Portugal em Roberto Martínez e até a Holanda manteve Koeman. A única exceção é a Inglaterra. No fim das contas, depois de bater em uma trave, na outra e no travessão, Gareth Southgate se despediu sem títulos.

Como foi rebaixada na última Nations, por ficar em último lugar no grupo, a Inglaterra jogará a Liga B neste ano. A aposta é feita em Lee Carsley, técnico da sub-21, que vai atuar como interino nas datas Fifa deste ano. Se der certo, fica, na tentativa de achar um "De la Fuente inglês". Se der errado, tchau. E vão buscar um nome de peso.

Portanto, pensando em 2026, o Brasil enfrentará na Copa do Mundo seleções com um trabalho mais longevo e consolidado que o de Dorival Jr. E a Inglaterra, que tem time jovem e pronto, pode até se beneficiar com uma troca, se cair nas mãos certas.

Nenhuma das duas notícias significam a certeza profunda de triunfo europeu em 2026. Até porque a melhor seleção do mundo, até que se prove o contrário, é a da Argentina. Mas é um fato que o Brasil parte para um novo miniciclo com pequenas desvantagens.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes