Julio Gomes

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Corinthians renasce porque encontrou um jogador que poucos têm

Raphael Veiga foi parar na seleção brasileira pelo que fez no Palmeiras. É um jogador de chegada e chute a gol. Não precisa ser driblador, não precisa ser brilhante, o que precisa é gerar situações efetivas para o time. Pois bem. O Corinthians encontrou o seu Veiga. É o argentino Garro.

Ele foi a diferença da eliminatória contra o Juventude. E, no eventual confronto contra Flamengo (provável) ou Bahia (improvável) na semifinal da Copa do Brasil, será novamente o ponto focal do ataque corintiano.

O Corinthians sobreviveu ao confronto no Sul, quando talvez tenha faltado ambição ao Juventude, e resolveu a vida em Itaquera já com outro ânimo, outro astral. Mas não adiantaria festa, pressão, fogos de artifício, se não tivesse bola sendo jogada. É claro que os reforços ainda mais recentes têm sido surpreendentemente bons: Hugo (apesar da noite ruim), André Ramalho, o herói, Charles, Thales Magno. E é possível que Carrillo e Memphis Depay ajudem também. Mas a diferença está em achar um meia capaz de gerar jogo.

Para pegar um exemplo próximo, vejam Lucas Paquetá na seleção brasileira. A missão dele é chamar jogo, gerar jogo. Mas parece que só consegue gerar chegada da marcação, bola que bate no braço e tentativas frustradas de fazer algo acontecer. Tem talento. Falta o quê? Sorte? Inteligência? Garro não é o mais talentoso, o virtuoso, o novo Messi. Mas é um jogador de rápido processo decisório em campo, fundamental no jogo tão rápido dos dias de hoje.

Passa rápido, passa curto, passa longo, cruza bem e, o fundamental, chuta. Chuta, e chuta, e chuta. E aí mesmo um goleiro em grande noite, como foi Gabriel ontem, acaba sucumbindo às tentativas.

O Corinthians ainda não escapou da zona de rebaixamento do Brasileiro e é difícil imaginar que não escape. O Corinthians possivelmente vai botar os reservas dos reservas na semana que vem e abrir mão da Sul-Americana. Mas, na Copa do Brasil, não dá para abrir mão de nada e menos ainda deixar de sonhar. O Corinthians está muito vivo, e Garro é a peça fundamental para a retomada.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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