Julio Gomes

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Toca no Calleri que é mesmo gol?

"Toca no Calleri que é gol", cantam a torcida, os narradores, comentaristas e repórteres. Mas será que é mesmo?

Ontem, Calleri perdeu um gol inacreditável no empate entre Botafogo e São Paulo, no Rio. Acontece, atacantes perdem gols. Alguns, mais que outros. Mas não foi só o gol perdido. Foi uma péssima partida de Calleri, pouco batalhador quando o time esteve acuado em campo, pouco participativo quando melhorou.

Nos últimos 11 jogos, Calleri fez três gols, nenhum nos cinco mais recentes. Na temporada, são só 13 gols em 43 partidas. Yuri Alberto, no Corinthians, tem 18 gols em 42 jogos no ano. E por que trago aqui Yuri Alberto? Porque ele deve ser o atacante mais cornetado do Brasil no momento. Tudo o que faz é tratado como erro, é tido como o maior perna de pau que já vestiu a camisa do Corinthians.

Pois é, o Yuri Alberto é mais eficiente que o Calleri na temporada.

Vejam, idolatria não se discute. Não sou sommelier de sentimento de torcedor de futebol. Os são-paulinos têm todo o direito de achar o Calleri melhor até que o Haaland. Eu, particularmente, acho superestimado. O que não quer dizer que é grosso. Superestimado é uma definição usada para aquele que você considera que as pessoas estimam além da conta.

Calleri caiu nas graças da torcida são-paulina por demonstrar entrega e combatividade em tempos de vagas magras, magérrimas. Talvez até o próprio argentino tenha noção melhor do que tenha entregado e possa entregar do que alguns torcedores apaixonados que o chamam de "craque". Mas, como eu disse, uma coisa é o torcedor, que tem direito de idolatrar quem quiser.

Outra coisa é a crítica. E outra coisa, mais importante ainda, é o treinador. E se André Silva tivesse entrado ontem com 10min do segundo tempo? Será que a sorte do São Paulo teria sido a mesma no Nilton Santos?

O São Paulo, hoje, tem elenco. Está mais do que na hora de Calleri não ser mais tratado como indiscutível. Até porque estão tocando a bola. E não tem sido gol.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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