Julio Gomes

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É o que tem para hoje! Mudanças de Dorival vão ajudar o ataque da seleção

Dorival Jr vai mudar a seleção para o jogo contra o Chile. Confirma Igor Jesus no ataque, em vez de Endrick, e a presença de Paquetá como um camisa 8, não um camisa 10, sacando Bruno Guimarães do time. No ataque, Raphinha será o meia, que é como ele tem jogado no Barcelona, e Rodrygo, espero, ocupará o lado esquerdo do campo, onde ele gosta mais de jogar - e não joga, seja na seleção, seja no Real Madrid, devido à presença de Vinícius Jr.

O mais importante aqui é que Dorival percebeu a falta de eficiência do meio de campo da seleção nos últimos jogos. Segue Paquetá, mas em uma posição mais recuada. Segue Rodrygo, mas não mais como um 10 ou como um falso 9 e, sim, vindo de fora para dentro.

Da ideia original de Dorival, João Gomes deixou de ser convocado. Douglas Luiz também. Bruno Guimarães, finalmente, deixa de ser titular após atuações sem graça alguma. Sobrou Paquetá. Que deve ter uma maquininha de hipnotizar treinadores - é impressionante como ele não fez o suficiente na carreira e na seleção para ganhar tanta confiança de todos os técnicos que ocupam o cargo. O problema devem ser meus olhos, não ele.

Savinho pela direita, dando a profundidade que Danilo não consegue dar pela lateral. Raphinha no meio, podendo se associar pela direita. Rodrygo vindo de fora para dentro, abrindo o corredor para Abner. E Igor Jesus na frente, um atacante em bom momento e que pode ser um 9 de referência, como gosta o treinador. Sim, os elementos estão aí para que a coisa funcione. Até porque Chile e Peru são os dois piores times do continente, são os adversários ideais.

Sigo achando que o Brasil precisa tentar um sistema com três zagueiros, colocando jogadores de mais qualidade pelos lados. A presença de André já permitiria uma movimentação como um terceiro zagueiro. Mas imaginem Gérson ou Paquetá pela esquerda, em vez de um lateral novato. E algum outro jogador pela direita, quem sabe até Raphinha, em vez de um lateral veterano e que não sobe.

Já falei com Dorival Jr sobre o tema, e a questão para o técnico é a falta de tempo para treinar uma nova formação tática. Esse tempo ele teve na Copa América, acabou não sendo utilizado para a ideia de linha de três atrás. Uma pena, ainda que compreensível, já que a busca por resultados na seleção é inerente a todos os movimentos. Acho que passa também por uma predileção da comissão técnica em jogar com linha de quatro. Espero que Dorival consiga encontrar a janela de oportunidade para testar uma formação tática diferente.

Enquanto isso não acontece, ficamos com a mudança de formatação do meio de campo. É um time mais ofensivo, sem dúvida. O que será dele quando voltarem Vini Jr e Neymar? Bem, isso é melhor deixar para depois.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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