Sócios da Portuguesa vão à urna para desfazer imbróglio e chancelar a SAF
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A Assembleia Geral de sócios da Portuguesa foi convocada para esta terça-feira. A ideia é eliminar de vez o imbróglio em que o clube ia se metendo em relação à transformação do futebol em SAF. Os sócios ativos do clube associativo não votarão por um "sim" ou "não" à SAF, como aconteceu no fim do ano passado. Na prática, porém, é como se fosse isso.
O clube assinou o contrato com a SAF, cujos investidores são os grupos Tauá e Revee, a toque de caixa. Na aprovação feita pelo Conselho Deliberativo, foram levadas em contas ressalvas apontadas pelo COF - o Conselho de Orientação e Fiscalização, que não tem poderes deliberativos, mas é um órgão importante e dominado pela oposição ao atual presidente do clube, Antônio Carlos Castanheira. Após aprovação da SAF juntos aos sócios, na Assembleia de novembro, o então presidente, Marcos Lico, filho do ex-presidente Ilídio Lico, acrescentou à ata a necessidade de homologação daquela votação em função das ressalvas apontadas pelo COF.
Ou seja, basicamente foi dado ao Conselho e ao próprio presidente da Assembleia um poder que eles não têm - uma jogada que pareceu articulada. E a ata não foi aceita pela Federação Paulista de Futebol, que se disse impedida de registrar a Lusa SAF - por haver a necessidade de homologação da votação.
Com a ameaça de a SAF ser desfeita e os investidores acionarem o clube na Justiça, Lico acabou retificando a ata na semana passada e tirando do documento a necessidade de ser dado o aval do COF. Porém, o clube não consegue fazer a alteração do documento em cartório. Viu-se, então, a necessidade de a Assembleia Geral de sócios ratificar a nova ata através do voto. Com essa aprovação em mãos, o clube conseguirá, aí sim, ratificar a aprovação da SAF em cartório, fazer a transição definitiva e ser registrado de tal maneira na FPF e na CBF.
O imbróglio passa por um problema real e outro que causa revolta entre torcedores. O problema real é que as ressalvas feitas pelo COF deveriam ter sido, de fato, debatidas com mais tempo e transparência. Tempo, não havia. Os investidores tinham pressa na assinatura do contrato e a Portuguesa não tinha jogadores para colocar em campo no Paulista, que se aproximava. Transparência nunca foi o forte de ninguém em situações similares no Brasil. O Jurídico do clube emitiu ainda no ano passado um documento detalhando a resolução de algumas das ressalvas feitas pelo Conselho. Outras, foram ignoradas. Ou porque não podiam ser atendidas ou porque os investidores não topariam seguir com a proposta se o contrato fosse de outro jeito. Caberia ao clube e seus sócios entenderem que, mesmo leonino, o contrato precisava ser aceito e assinado (ou não).
Já o que causa revolta nos torcedores é a sensação presente de que os integrantes do COF, liderados pelo chefe da oposição e ex-aliado de Castanheira, Beto Cordeiro, nunca estiveram verdadeiramente preocupados com o contrato. E, sim, em fazer política e seguir dominando as ruínas do clube. Muitos dos conselheiros nunca engoliram a figura de Castanheira como "salvadora da pátria" e não aceitam a frase contida em canção de arquibancada cantada pela torcida, a Leões da Fabulosa ("tirar a Lusa dessa gente").
Diante das notícias e possibilidade de caos, o COF se reuniu na semana passada para debater o assunto. A reunião foi convocada pelo presidente do Conselho, José Gonçalves, outro declarado insatisfeito com a SAF. A Leões exigiu a presença de integrantes da torcida na reunião e que não fossem discutidas as tais ressalvas. No fim, o COF permitiu a presença de quatro integrantes e, em um ambiente de tensão e bate boca, foi "cuspido" da reunião um documento em que o Conselho declara que algumas das tais ressalvas não foram mesmo atendidas, mas que não se manifestará mais sobre o tema e dá por encerrado o caso Lusa SAF. Diante da pressão, jogou a toalha.
Se a Assembleia, convocada para esta terça-feira, aprovar a nova ata, a Lusa SAF vira realidade de vez. Ainda poderia haver alguma ameaça de luta jurídica, mas com remotas chances de sucesso para quem se aventurar. Se a votação reprovar a nova ata, ninguém é capaz de dizer o que poderia acontecer com a Portuguesa.
6 comentários
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Fernando Duarte Amaral
Julio, voce que eh um otimo escriba e tem bastante informacao, alem de torcer pela nossa Lusa, me explique, pelo amor de Deus, o que esses caras ganham com isso ? Qual a vantagem que eles tem com a destruicao da Lusa ? Juro que nao consigo entender....grande abraco
Eduardo Rosseto Antonio
Vamos ressaltar aqui o amor lusitano e TIRAR A LUSA DESSA GENTE! VIVA OS LEÕES. LUSA SEMPRE, ATÉ A MORTE E ALÉM DELA!
Soraia Catsue Lins
A destruição da Luísa começou quando o presidente aprontou pro flamengo não ser rebaixado, depois disso foi só ladeira abaixo