Erros da Uefa permitiram que Manchester City se livrasse de punição no CAS
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Por Thiago Braga
A Corte Arbitral do Esporte (CAS), divulgou nesta terça-feira (28), a íntegra da decisão da Corte que revogou a suspensão de dois anos fora das competições europeias dada ao Manchester City pela Uefa no ano passado. E no documento é possível perceber que a pressa da Uefa em ter uma decisão foi decisiva para que o clube inglês escapasse.
Entre os erros da Uefa apontados pelo CAS estão ter acertado com o City que a investigação não passaria de 2016, ao invés de punir o clube; ter demorado para agir como entidade reguladora e investigadora que fazia o clube seguir obrigações ali contraídas, cuja demora fez com que o caso prescrevesse. E, por fim, ter aberto mão de produzir novas provas contra o Manchester City para ter uma decisão rápida que não impactasse na próxima temporada das competições europeias.
"A maioria do painel considera que as principais acusações da Uefa devem ser desqualificadas. Qualquer alegada irregularidade em relação aos pagamentos do Etisalat está dentro do prazo. No que diz respeito à Etihad, parcialmente no prazo e, de qualquer forma, não estabelecido para a satisfação confortável do painel", disse o CAS no documento.
O painel que analisou o caso criticou o clube de Manchester. "O fracasso em produzir as versões originais dos e-mails vazados é particularmente sério". A maioria do painel considerou que o fracasso do City em cooperar com a investigação do FFP é " uma violação grave".
"O City alegava que infrações até 2016 não poderiam ser punidas pela Uefa, pois estavam cobertas pelo acordo. Apesar disso, o CAS não concordou com o City. Disse que o acordo cobria apenas as violações ali descritas e não as demais que pudessem ter ocorrido durante o período. E em 2017 a Uefa liberou o City, pois o clube supostamente estava cumprindo com as suas obrigações", analisou o advogado esportivo Pedro Juncal.
"Inicialmente chama a atenção que o CAS considerou válida a utilização dos e-mails publicados como evidências em um procedimento arbitral, entendendo que a busca pela verdade pesa mais na balança que as violações aos direitos de personalidade do Manchester City", afirmou o advogado Pedro Juncal.
Segundo a Corte "não há dúvida de que a Etihad cumpriu totalmente suas obrigações de pagamento para com o City. A maioria dos membros do painel considera que os acordos de patrocínio da Etihad são negociados pelo valor justo. Nenhum acordo de evidência está atrasado ou que o City tentou encobrir qualquer suposta violações. O painel conclui que não é possível extrair inferências adversas do fracasso do City em produzir evidências."
O Manchester City, que enfrenta o Real Madrid-ESP no jogo de volta das oitavas de final da Champions League e já conseguiu a classificação para a próxima edição do torneio, ainda tentou usar a pandemia como desculpa. Mas o CAS não achou apropriado levar em consideração o argumento levantado pelo City de que a crise de Covid deveria se refletir nas sanções, considerando o impacto que isso pode ter sobre a presença de público nos estádios.
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