Fechamento de fronteiras na Argentina não afetará semis da Libertadores
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Por Gabriel Coccetrone
Diante do avança da Covid-19 na América do Sul, o governo da Argentina decretou na última semana, o fechamento de suas fronteiras entre os dias 25 de dezembro até 8 de janeiro de 2021. O período coincide com as datas das partidas de ida da Copa Libertadores, previstas para serem disputadas nos dias 5 e 6, na capital do país, em Buenos Aires. No entanto, a medida não afetará a competição, uma vez que a Conmebol fez um acordo com os governos dos dez países do continente e que disputam a competição.
"Como já há um acordo entre a organização da competição e o governo argentino, não vejo qualquer possibilidade de alteração do jogo. Há um protocolo rígido e bem definido, que deverá ser cumprido, não havendo motivos para anular ou adiar as partidas nesse cenário atual. Obviamente, como já vimos diversas vezes durante a pandemia, tudo pode mudar a qualquer momento com novas decisões do governo local", afirma Vinicius Loureiro, advogado especialista em direito desportivo.
Na terça-feira, 5 de janeiro, o Palmeiras irá à Argentina enfrentar o River Plate pela primeira semifinal, enquanto o Santos, disputará a vaga para a final da competição continental contra o Boca Juniors na quarta-feira (6).
Para ingressar ao país, os clubes brasileiros terão que cumprir uma série de exigências, as mesmas que já foram exigidas em outras fases. Todos os membros da delegação serão testados 72 horas antes da viagem, voos fretados, seguro-viagem para cobrir possíveis gastos com internações por conta da doença e não reconhecimento do estádio são alguns dos protocolos determinados pela entidade sul-americana no acordo realizado em setembro com os governos.
De acordo com o decreto do governo argentino, estrangeiros que desejarem entrar no país, é preciso apresentar o teste RT PCR negativo e cumprir dez dias de isolamento social, o que não será necessário para os clubes. No entanto, as delegações visitantes só poderão ficar nas dependências do hotel, estádio e aeroporto sob pena de multa pela Conmebol.
Para a advogada especialista em Negócios do Esporte, Direito do Esporte e colunista do Lei em Campo, Fernanda Soares, "as restrições adicionais que foram estabelecidas por exigência do governo argentino são compatíveis com o que é exigido dos próprios cidadãos argentinos e daqueles que desejam visitar o país".
"Do ponto de vista desportivo, embora seja compreensível que a CONMEBOL e os clubes tenham aceitado as exigências do governo para que a partida pudesse ocorrer na Argentina, me preocupa a desvantagem desportiva do Palmeiras e Santos pela impossibilidade de reconhecimento de campo. À primeira vista pode parecer algo de pouca importância, mas, na verdade, o reconhecimento faz uma diferença significativa para o clube. Veja, por exemplo, que o reconhecimento influencia na escolha da chuteira. Sem ele, a escolha do tipo de chuteira fica comprometida, o que pode ocasionar uma perda técnica significativa", completa Fernanda.
Segundo o protocolo da entidade, se o governo argentino não aceitasse a entrada dos clubes brasileiros, o River Plate e o Boca Juniors teriam que mandar seus jogos em países vizinhos, afim de não serem desclassificados.
"O problema de descolar a partida é porque os jogadores não argentinos podem ter problemas para retornar ao país e, caso os clubes argentinos não consigam a autorização para saída e retorno, podem acabar tendo sua participação na Libertadores descontinuada", completa Loureiro.
"A liberdade e o respeito aos direitos humanos são princípios basilares desde o iluminismo do século XVIII. A Conmebol deve estar atenta a esses incidentes e agir com severidade caso alguma exigência estatal prejudique o resultado desportivo", completa Gustavo Lopes, advogado especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.
A Argentina será um dos primeiros países da América do Sul a iniciar a vacinação contra Covid-19. A campanha de imunização começará na próxima terça-feira, 29 de dezembro, e atenderá primeiramente os profissionais da área da saúde. Até o momento, o país registrou quase 1,6 milhão de casos do novo coronavírus e mais de 42 mil mortes.
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