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Ex-dirigente africano vence batalha contra Fifa e volta ao futebol

06/02/2022 11h28

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Por Gabril Coccetrone

Issa Hayatou, ex-dirigente máximo do futebol africano e ex-presidente interino da FIFA por um pequeno período, venceu batalha jurídica contra a Fifa e vai poder voltar ao futebol. Entidade havia afastado Hayatou do futebol por não respeitar regras estabelecidas no Código de Ética da entidade.

A entidade máxima do futebol mundial havia decidido que o dirigente camaronês violou Código de Ética ao assinar o maior contrato do futebol africano com a empresa de mídia francesa Lagardere em 2016. O negócio chegou a um bilhão de dólares.

A FIFA afirmou que Hayatou, que comandou o futebol africano de 1988 a 2017, não conseguiu informar ao Comitê Executivo do Confederação Africana de Futebol uma oferta de um valor ainda maior, US $ 1,2 bilhão, feita por uma empresa de mídia egípcia chamada Presentation Sports.

Enquanto a Fifa disse que a negligência desta oferta trouxe prejuízo financeiro à confederação africana, Hayatou argumentou que a oferta, que veio na véspera da assinatura de Caf com Lagardere, não poderia ser levada a sério já que a empresa "sequer tinha patrimônio" para tamanho investimento.

"A empresa PS tinha um capital de apenas alguns milhares de dólares e fez uma oferta de US$ 1,2 bilhão", afirmou a equipe jurídica de Hayatou ao se dirigir à Fifa no ano passado.

O caso foi analisado pela Câmara Adjudicatória do Comitê de ética da FIFA em junho do ano passado. A Câmara entendeu que o dirigente havia violado o artigo 15.º, par. 1 do Código de Ética da FIFA (dever de lealdade), afastou o dirigente por um ano de proibição do futebol e aplicou uma multa de US$ 30.000,00.

Imediatamente, em agosto, Issa Hayatou interpôs recurso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), a última instância do movimento privado do esporte.

O assunto foi encaminhado a um painel de árbitros do TAS e a audiência ocorreu por videoconferência em 7 de dezembro de 2021.

Após suas deliberações, o Painel concluiu que não havia provas suficientes para estabelecer uma violação do Artigo 15, par. 1 do Código de Ética da FIFA que justificaria as sanções impostas a Issa Hayatou pela instância da FIFA. Como consequência, o Painel do TAS manteve o recurso e anulou a decisão Impugnada.

"Após suas deliberações, o Painel concluiu que não havia provas suficientes para estabelecer uma violação do Código de Ética da Fifa que justificaria as sanções impostas a Issa Hayatou pela Fifa", disse o comunicado do TAS.

Hayatou foi membro do Comitê Executivo da Fifa, hoje chamado de Conselho da Fifa, de 1990 a 2017 e foi brevemente presidente interino da Fifa entre 2015 e 2016.

Ele está atualmente em Yaoundé, capital de Camarões, que sediará a final da Copa das Nações Africanas no domingo, quando o Egito de Mohammed Salah enfrentar o Senegal de Sadio Mane.

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