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"Embaixada"do Brasil junto à Fifa pode ser bom para o futebol brasileiro

Gabriel Coccetrone

31/05/2022 10h48

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A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) está mais próxima do que nunca da FIFA. Nesta segunda-feira (30), a confederação anunciou a abertura de um escritório próprio dentro da sede da entidade máxima do futebol, em Zurique, na Suíça. O espaço, que será inaugurado a partir de julho, contará com dois profissionais trabalhando de maneira permanente em projetos integrados entre ambas entidades. Para especialistas, a iniciativa é positiva e pode ajudar no desenvolvimento do futebol brasileiro futuramente.

"O Brasil vive um momento importante no que se refere ao futebol, especialmente por conta do estímulo à transição de clubes em sociedades empresárias e pela iminente possiblidade de criação de uma liga para gerir os campeonatos nacionais. São processos pelos quais o futebol europeu já passou e, estar próximo de certa maneira das ligas europeias é importante para que se entenda melhor as dificuldades que enfrentaram e ainda enfrentam. Estar fisicamente dentro da FIFA certamente possibilitará um intercâmbio interessante de conhecimento para os gestores da CBF e fará bem ao futebol brasileiro", avalia Marcel Belfiore, advogado especializado em direito desportivo.

"Vejo com bons olhos a abertura desse escritório da CBF dentro da FIFA. O Brasil é o maior país do futebol, não só por ter conquistado cinco títulos mundiais, mas também pelos números de jogos, transferências e da prática desse esporte no território. Aproveito ainda para registrar sobre a importância da FIFA ter uma visão mais próxima do mercado e da realidade brasileira em suas iniciativas, inclusive em suas normativas", afirma Luiz Marcondes, advogado especialista em direito desportivo e presidente do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo.

De acordo com a CBF, que tratou o acordo como "cooperação histórica", um dos principais objetivos do escritório é de auxiliar os clubes brasileiros na "estruturação de ligas profissionais". Além disso, a iniciativa terá como missões o combate à violência e ao racismo, e estimular projetos de futebol de base, futebol feminino e programas sociais.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, celebrou o acordo e ressaltou que um dos objetivos é internacionalizar o futebol brasileiro por meio da estruturação das ligas profissionais. Ele usou como exemplo a diferença entre clubes brasileiros e ingleses, uma vez que os britânicos têm torcedores espalhados pelo mundo, enquanto a torcida dos brasileiros é mais local.

"A CBF pode contar com a FIFA. É hora de recuperar a dimensão global que o Brasil merece e superar as interferências externas que tanto prejudicaram o futebol brasileiro nos últimos anos", disse o mandatário.

"É chegado o momento de FIFA e CBF trabalharem juntas para alavancar o futebol no Brasil e no mundo. A CBF está a postos para ser o laboratório e a vitrine de todos processos, plataformas, iniciativas e programas de desenvolvimento da FIFA", acrescentou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

Ednaldo Rodrigues visitou o escritório da FIFA em Paris e convidou Infantino para vir ao Brasil nos dias 21 e 22 de junho para participar de dois eventos na sede da confederação, no Rio de Janeiro. Os seminários falarão sobre a formação de uma liga de clubes para organizar o Campeonato Brasileiro e de ações de combate a violência e ao racismo no futebol.

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