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As regras também mudam para proteger a economia do jogo: o "caso Forlán"!
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O esporte muda a partir de provocações. Elas podem aparecer através de decisões judiciais, pelo advento da tecnologia, para deixar o jogo mais seguro e, também, para proteger a economia do negócio. A regra que proíbe jogador de tirar a camisa na hora de comemorar um gol pode ser um bom exemplo.
Há quem diga que uma cena no Campeonato Inglês tenha sido o estopim, a gota dágua que faltava, para o futebol começar a punir atleta que tira a camisa na hora de comemorar um gol. Em 2002, atacante uruguaio Diego Forlán, então jogador do Manchester United, marcou um gol contra o Southampton e tirou a camisa pra comemorar. A animação foi tão grande que a bola voltou a rolar e ele ainda não tinha vestido a camisa. Com ela na mão, é possível ver Forlán correndo e marcando os adversários sem camisa.
Ë não é que logo depois disso, o livro de regras do futebol foi atualizado e a passou a constar uma punição para esse tipo de atitude, que passou a merecer o cartão amarelo! Segundo as Regras da Fifa, um atleta deve ser punido se retirar a camisa durante o jogo.
Está na Regra 12:
Um jogador deve ser advertido com cartão amarelo por:
- subir nos equipamentos de proteção do campo e/ou se aproximar dos espectadores de modo que cause insegurança ou ?ira os princípios de segurança;
- fazer gestos ou praticar ações provocativos, debochados ou inflamatórios;
- ações que vulnerem questões de segurança ou sejam provocativas devem ser punidas com cartão amarelo
- cobrir a cabeça ou o rosto com máscara ou outro artigo semelhante;
- tirar a camisa ou cobrir a cabeça com a camisa.
Mas a verdade é que essa atitude já incomodava o futebol bem antes da comemoração do atacante uruguaio.
Muitos jogadores já tiravam a camisa na hora de comemorar, alguns até para mostrar algo que estava escrito em outra camisa que eles usavam por baixo. Era o momento de homenagear a namorada, a família, pedir paz.... mas poderia ser também de apresentar a marca de um patrocinador pessoal!
Claro que os dirigentes do futebol, os patrocinadores e a Fifa ficaram com receio da prática virar algo comercial e os jogadores começarem a colocar patrocinadores nas camisas, por isso tratou de coibir a prática. A atitude também protegia os patrocinadores do clube, que investem dinheiro para expor a sua marca em camisas de clubes de futebol. O jogador tirar a camisa na hora do momento mais importante do jogo era algo ruim para a economia do negócio.
Este é um caso típico da autorregulação esportiva, produzida através da autonomia desse movimento transnacional do esporte. Dessa vez, como uma forma de proteger a economia do jogo.
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