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Capitães com braçadeiras nas cores do arco-íris na Copa é avanço importante
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Oito federações europeias anunciaram, nesta semana, que seus capitães usarão braçadeiras com as cores do arco-íris na Copa do Mundo do Catar. O objetivo da iniciativa é promover a inclusão e se posicionar contra qualquer tipo de discriminação. Para especialistas, movimentos desse tipo são importantes e podem ajudar o esporte na proteção dos Direitos Humanos em ambiente esportivo.
"Sendo a Copa num país que criminaliza pessoas lgbtqiap+ simplesmente por serem quem são, muito importante o protesto. Além disso, também seria interessante ver as equipes ajoelhando antes dos hinos, como a Seleção Inglesa já vem fazendo há algum tempo, em protesto contra o racismo, que ainda é uma realidade distante do fim no mundo inteiro. Basta lembrarmos o que aconteceu com Vinícius Júnior na semana passada em Madrid", conta Igor Serrano, advogado especializado em direito desportivo.
Andrei Kampff, advogado especializado em direito desportivo e colunista do Lei em Campo destaca que "além do reforço do compromisso com direitos humanos dentro do ambiente esportivo, a postura traz também uma real participação coletiva e espontânea dos atletas dentro da cadeia esportiva do futebol. A postura supera o histórico déficit democrático de participação e mostra que atletas têm voz na construção das regras privadas do esporte e na proteção de direitos dentro dessa cadeia".
"Em um evento esportivo de dimensão global, integrado por atletas respeitados, reconhecidos muitas vezes como heróis contemporâneos, é de extrema importância a ativação de ações como essa, a fim de fomentar princípios basilares de uma sociedade. Ver um atleta mundialmente reconhecido amparar uma causa em uma Copa do Mundo acende a importância do assunto e contribui com reflexões de questões que foram silenciadas por anos, e com isso, negligenciadas e aceitas. Essa ação se refere a uma importante forma de confrontar o preconceito em todas as suas formas, alcançando uma grande massa e passando a mensagem que o respeito às diversidades é obrigatório, e que prevalece a intolerância para atos de discriminação", avalia Ana Mizutori, advogado especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.
"A Declaração Universal de Direitos Humanos, dentre outras convenções internacionais como a Carta da ONU (1945), Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), Convenção Americana de Direitos Humanos (1978), tutelam a dignidade da pessoa humana e outros direitos como forma de promoção à paz e à justiça no mundo. O esporte se insere nesse contexto como um dos braços indissociáveis de uma sociedade, contando com poderosa influência, e é um importante papel de transmitir ideias, pensamentos. A manifestação de questões sociais sempre esteve atrelada ao esporte", acrescenta.
Segundo o 'ge', as seleções que aderiram à campanha são: Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, País de Gales, Bélgica, Dinamarca e Suíça.
"Como capitães, nos enfrentaremos dentro de campo, mas estaremos juntos contra todas as formas de discriminação", disse o atacante Harry Kane no comunicado divulgado pela Seleção Inglesa.
A Federação Alemã batizou a campanha de "One Love" e explicou que a ideia partiu de um grupo de trabalho da UEFA encarregado de estudar os direitos humanos e trabalhistas no Catar até a Copa do Mundo. As braçadeiras nas cores arco-íris já foram utilizadas nesta quinta-feira (22), nas partidas da Nations League.
Vale lembrar que a homossexualidade é considerada crime no Catar, passível de pena de morte. Apesar da proibição, os organizadores da Copa do Mundo afirmam que todos serão respeitados e são bem-vindos ao país.
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