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Movimento pede exclusão do Irã da Copa por violação de Direitos Humanos
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Em carta divulgada nesta sexta-feira (30), o grupo de direitos humanos Open Stadiums pediu à FIFA o banimento do Irã na Copa do Mundo do Catar por conta do tratamento que é dado para as mulheres no país, inclusive, proibindo que elas assistam às partidas do Mundial.
"Sem dúvida, o Irã viola o Estatuto da Fifa. Mas não é uma exclusividade, o Catar - país sede - também. O movimento não deve retirar o país da Copa, mas provoca irritações que farão com que a Fifa reflita e avance na proteção de direitos humanos, inclusive na decisão sobre com quem vai se relacionar", diz Andrei Kampff, advogado especializado em direitos humanos e colunista do Lei em Campo.
No documento, endereçado ao presidente da FIFA Gianni Infantino, o grupo afirma que o Irã não deveria participar da competição enquanto "as mulheres iranianas continuam barradas" pelas autoridades, mesmo que, há algumas semanas, elas foram autorizadas a assistirem uma partida de um campeonato local pela primeira vez desde 1979. O colunista Andrei Kampff abordou recentemente o feito.
"A federação iraniana não é apenas cúmplice dos crimes do regime. É uma ameaça direta à segurança das torcedoras do Irã e onde quer que nossa seleção jogue no mundo. O futebol deve ser um espaço seguro para todos nós", diz a carta.
"As mulheres iranianas não confiam nem nas autoridades da República Islámica nem na Federação Iraniana de Futebol de que o estádio Azadi continuará aberto a elas após a conclusão da Copa do Mundo de 2022, em 18 de dezembro", acrescenta o grupo.
Segundo o Open Stadiums, quem viajar ao Catar para assistir aos jogos da Copa do Mundo corre o risco de entrar em conflito com as autoridades iranianas, uma vez que espiões do país podem acompanhar a viagem.
Na carta, o grupo ressalta que proibir as mulheres de assistirem jogos contraria as regras internacionais do futebol e que, por conta disso, a FIFA deveria expulsar imediatamente o Irã da Copa do Mundo do Catar.
"(...) pedimos à FIFA, com base nos artigos 3 e 4 de seus estatutos, que expulse imediatamente o Irã da Copa do Mundo de 2022 no Catar", diz o grupo.
Os artigos em questão protegem os direitos humanos e apontam para a não discriminação com base em gênero, raça, religião e outros assuntos, com violações passiveis com suspensão ou expulsão do país de competições.
Importante explicar que não há uma proibição oficial que impede as mulheres de acompanharem os eventos esportivos no Irã, porém, é muito raro isso acontecer, uma vez que a entrada delas nos locais são recusadas quase sempre.
Por fim, o grupo de direitos humanos afirma na carta que os jogadores da seleção iraniana que participará da Copa do Mundo do Catar foram proibidos de falar sobre a onde de protestos violentos que atualmente abalam o país. As manifestações foram desencadeadas pela morte de uma jovem, Mahsa Amini, sob custódia da polícia, depois que ela foi detida pelas autoridades por usar o hijab de maneira incorreta.
Até o momento, FIFA e Federação Iraniana de Futebol não se manifestaram sobre a carta.
O Irã está no Grupo B da Copa do Mundo do Catar, junto de Inglaterra, Estados Unidos e Gales. A estreia do país está marcada para 21 de novembro, contra os ingleses.
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