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Por briga de torcida, Peñarol pode ser punido pela Conmebol? Entenda penas

Na manhã desta quarta-feira (23), horas antes da partida contra o Botafogo pela semifinal da Libertadores, torcedores do Peñarol entraram em confronto com a polícia e banhistas na praia do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Por ser reincidente, o clube uruguaio corre risco de ser punido pela Conmebol.

"A grande questão é que o artigo 8º do Código Disciplinar da Conmebol prevê a responsabilidade objetiva dos clubes pelos atos de seus torcedores. Ocorre que as brigas aconteceram a cerca de 20 km do estádio Nilton Santos, bem distante do que normalmente se considera como 'entorno' do local do evento. Será preciso verificar se o tribunal da entidade considerará o fato como uma infração disciplinar do clube ou uma questão de segurança pública. Certamente, a reincidência do Peñarol pode influenciar. Eventual punição gravitaria em torno de perda de pontos, desclassificação da competição, imposição de atuar com portões fechados ou, simplesmente, multa", explica o advogado desportivo Carlos Henrique Ramos.

A advogada Ana Mizutori, especialista em direito desportivo, afirma que o Peñarol pode ser punido pela Conmebol com base no seu Regulamento Disciplinar, caso se conclua que "a desordem provocada por seus torcedores está ligada ao evento esportivo e que houve falha na prevenção por parte do clube".

"No caso de ações violentas ou de desordem envolvendo torcedores, como lamentavelmente foram registradas as ações cometidas pela torcida do Peñarol no Rio de Janeiro, o Regulamento Disciplinar da Conmebol prevê, em seus artigos 9 e 10, que os clubes são responsáveis pelo comportamento de seus torcedores, tanto dentro quanto fora dos estádios, se a desordem estiver relacionada ao evento esportivo. O art. 9º estabelece a responsabilidade objetiva dos clubes em relação ao comportamento de seus torcedores, e o art. 10 detalha as possíveis sanções, que podem incluir multas, fechamento parcial ou total de estádios, perda de mando de campo e, em casos mais graves, até mesmo a exclusão de competições", cita.

Entenda a confusão

A confusão teve início depois que um uruguaio roubou um celular de dentro de um quiosque. O criminoso foi identificado e preso pela Polícia Militar. Logo em seguida, uma briga generalizada começou.

O tumulto começou na areia e se espalhou pelas duas pistas que dão acesso à praia. Os torcedores do Peñarol entraram em confronto tanto com os policiais quanto com banhistas brasileiros.

Uma moto e um micro-ônibus de turismo, que estavam estacionados no local, foram incendiados pelos vândalos.

Os uruguaios saquearam comerciantes, destruíram quiosques e usaram mesas e cadeiras como escudos contra a Polícia Militar, que reagiu com bombas de efeito moral para tentar conter a confusão.

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O Batalhão de Choque foi acionado, assim como o Bepe (Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios). O Corpo de Bombeiros também chegou ao local para apagar o incêndio das motos.

Cerca de 200 uruguaios foram detidos por envolvimento na confusão. Eles foram conduzidos à Cidade da Polícia, onde serão autuados.

Governador do Rio determina a expulsão dos uruguaios

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, se manifestou na rede social "X". O político destacou que o Rio de Janeiro "não é lugar de baderna" e determinou que os uruguaios sejam escoltados para fora do estado.

"O Rio não é lugar de baderna. Determinei que as polícias prendam, levem para a delegacia e escoltem para fora do Rio de Janeiro os torcedores do Peñarol que causaram uma confusão generalizada na Zona Oeste. Já estamos levando para a Cidade da Polícia mais de 200 detidos.

Estamos atuando na região do Recreio com o 31º BPM, o Batalhão de Choque, o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão e o Batalhão de Policiamento em Estádios.

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Futebol é um esporte de festa e união. Não vamos permitir que esses marginais venham atrapalhar o dia a dia da população com ações de selvageria e vandalismo. Cenas como estas não podem se repetir", escreveu.

Reincidência

Essa não é a primeira vez que torcedores do Peñarol se envolvem em confusões no Rio de Janeiro. Em setembro, torcedores do clube uruguaio já haviam se envolvido em briga no Recreio, nas quartas de final da Libertadores. Na ocasião, o confronto foi com o Flamengo, e uma briga na altura da Praia da Macumba culminou até mesmo em tiros para o alto por parte dos policiais.

Em 2019, cerca de 100 torcedores do Peñarol foram detidos após uma confusão na orla do Leme, na Zona Sul. A briga resultou na morte de um torcedor do Flamengo.

Nas duas vezes, o Peñarol não foi punido pela Conmebol.

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