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Entenda o que Ronaldo precisa para se candidatar à presidência da CBF

Ronaldo Fenômeno manifestou publicamente o desejo de se candidatar à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

"Nas próximas eleições, eu serei candidato. Falando sobre futebol, mostrar meus projetos, mostrar meus planos e fazer com que a gente resgate, realmente, esse prestígio do futebol brasileiro", disse o ex-jogador duas vezes campeão do mundo com a seleção e um dos maiores atacantes da história do futebol.

"Eu vou expor realmente a necessidade de mudança e convencer eles de que esse meu projeto é um projeto sério, um projeto que eu quero realmente deixar um legado também como dirigente", acrescentou Fenômeno.

Apesar de reforçar a intenção de concorrer ao comando da entidade no próximo pleito, Ronaldo ainda precisa preencher alguns requisitos para oficializar a sua candidatura.

"Ronaldo poderá inscrever sua chapa e participar do pleito, mas terá um longo caminho pela frente. Isto porque o artigo 41 do Estatuto da CBF prevê que o registro da chapa deverá ser subscrito por, no mínimo, 8 integrantes do Colégio Eleitoral, sendo 4 federações e 4 clubes da primeira ou segunda divisões. A dificuldade é furar a 'bolha' e obter os apoios necessários, lutando contra o 'uso da máquina' por quem detém o poder. É sabido como a confederação, há décadas, lança mão dos campeonatos estaduais e da boa relação com as Federações para estabelecer uma espécie de curral eleitoral. Sendo assim, o ex-jogador terá de fazer política com muita habilidade até lá, valendo-se do seu prestígio para tal", afirma o advogado Carlos Henrique Ramos, especialista em direito desportivo.

O advogado Vinicius Loureiro afirma que Ronaldo Fenômeno também precisaria vender sua participação acionária no Real Valladolid, da Espanha, para poder concorrer ao cargo.

"Ronaldo ainda precisa de alguns movimentos para que possa concorrer ao cargo de presidente da CBF. O primeiro deles, que envolve mais dinheiro, mas é também o mais simples, que é vender qualquer participação acionária que tenha em equipes de futebol, destacadamente o Real Valladolid, do qual é acionista majoritário. Paralelamente, precisa viabilizar sua candidatura, não apenas para registro, quando precisará do apoio de ao menos 4 federações e 4 clubes das séries A e B, algo que deve conseguir, mas para a eleição propriamente, quando precisará de pelo menos 71 pontos para se eleger", ressalta o especialista em direito desportivo.

O atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tem mandato até o fim de março de 2026. A partir de março do ano que vem já pode ser marcada uma data para o próximo pleito. O dirigente assumiu interinamente o comando da entidade em agosto de 2021 para cumprir o mandato de Rogério Caboclo, afastado do cargo. No ano seguinte, ele foi eleito.

No fim do ano passado, Ednaldo Rodrigues chegou a ser destituído por supostas irregularidades no processo eleitoral. Porém, uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o mantém na presidência até hoje. O caso ainda está em análise na Corte.

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Em novembro deste ano, a CBF aprovou uma mudança de estatuto que permite o presidente se candidatar à dupla reeleição, ou seja, três mandatos seguidos. A redação anterior previa uma reeleição para o mandato de quatro anos.

Com a candidatura lançada, ao menos de maneira informal, a tendência agora é de que Ronaldo Fenômeno percorra o País em busca de apoio das federações estaduais e clubes.

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