Com Abel, Palmeiras tenta manter a supremacia no Dérbi

Enquanto o corintiano Fernando Lázaro, 41 anos, tem apenas 15 jogos à frente do Corinthians, sete como interino e os oito desta temporada como treinador efetivo, seu oponente nesta noite, às 21h30, na Neo Química Arena, o palmeirense Abel Ferreira, 44 anos, caso vença o Dérbi, alcançará a centésima vitória à frente do Alviverde.

Na análise fria dos números, é descabida a comparação dos currículos entre os dois treinadores, mas o que dá graça ao futebol é saber que um técnico com menos bagagem pode ganhar e bem de outro, que chega badalado por ter conquistado sete títulos: ganhou duas vezes a Libertadores, além dos títulos do Paulistão, Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e Brasileirão.

Essas taças explicam por que ele é o técnico há mais tempo no cargo entre os 16 clubes que disputam o Paulistão e também entre os 20 da Serie A do Campeonato Brasileiro.

Desde a primeira entrevista coletiva, na sua apresentação oficial como comandante do Verdão, no dia 4 de novembro de 2020, Abel Ferreira esteve à beira do gramado em 169 jogos, com 99 vitórias, 38 empates e 32 derrotas. Não fossem as ausências, principalmente em função das suspensões, a marca centenária já tinha sido atingida. Ao todo, a comissão técnica portuguesa soma 111 vitórias.

No recorte, apenas nos clássicos contra o Timão, Abel encarou o adversário em oito confrontos, com cinco vitórias, dois empates e uma derrota, na sua segunda partida como visitante na Neo Química Arena.

Nesses jogos, o Corinthians foi dirigido por três treinadores: Vagner Mancini, em três oportunidades, um empate e duas derrotas. Na sequência, Sylvinho empatou a primeira e venceu a segunda. Vitor Pereira enfrentou o compatriota nos três últimos encontros e foi derrotado em todos.

Agora chegou a grande chance de Fernando Lazaro, com o apoio da Fiel torcida, em mais um clássico a se lamentar de torcida única, tentar aproveitar o fator casa e desbancar o único invicto, até aqui, desta edição do Campeonato Paulista.

Como em mais de cem anos de disputa, os torcedores de ambos os lados sabem que o Dérbi é um campeonato à parte, e o treinador corintiano baixará a fervura da pressão que sempre rodeia os ocupantes do cargo que não conseguem fazer o Corinthians ao menos jogar com raça e superar as suas limitações,

Falar em limitações é um exagero para esse elenco que conta com jogadores experientes e vitoriosos, como são os casos do goleiro Cássio, o zagueiro Gil, os laterais Fagner e Fábio Santos e o meia Renato Augusto.

Do lado palmeirense, no cenário mais otimista, a vitória significará a igualdade de vitórias em clássicos disputados em Itaquera. Ao todo foram 17 encontros, com sete vitórias corintianas, seis do Verdão e quatro empates.

Pelo que vem apresentando sob a batuta de Abel Ferreira, um eventual tropeço só vai causar chateação por perder um clássico de tamanha importância e a invencibilidade na temporada.

De resto, em termos de campanha no Estadual e sequência de temporada, o Palmeiras seguirá o mais bem colocado do torneio e um dos fortes candidatos aos títulos que vai disputar ao longo deste ano.

Expectativa grande também é saber como vai se comportar o garoto Endrick, aos 16 anos, que estreia no Dérbi profissional.

Na categoria sub-20, Endrick, que ainda não balançou as redes neste ano e vem tendo o amigo Giovani como sombra, mostrou todo o seu potencial decisivo e anotou o gol da vitória do Palmeiras, por 1 a 0, em setembro do ano passado, sobre o Corinthians, na Neo Química Arena, na final do Brasileiro da categoria.

Por fim, a título de curiosidade e para exemplificar como esse Palmeiras é entrosado, nos últimos três Dérbis, Weverton, Murilo, Gustavo Gómez, Piquerez, Zé Rafael, Raphael Veiga, Dudu e Rony foram titulares. Hoje, isso vai acontecer pela quarta vez seguida.