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Sem grandes no páreo, Palmeiras tem obrigação de ser campeão paulista
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Em uma das respostas na entrevista coletiva após vitória por 1 a 0 sobre o São Bernardo, no último sábado, que deu ao Palmeiras uma das vagas às semifinais do Campeonato Paulista, o técnico Abel Ferreira disse que o adversário "entrou com a obrigação zero de ganhar a partida" e que toda a responsabilidade era da sua equipe.
O treinador está certíssimo. A obrigação de vencer um confronto contra qualquer clube com menos tradição, sempre vai ser maior para o Palmeiras, principalmente nesta gestão Abel Ferreira, que começou em novembro de 2020, e até aqui foram sete títulos.
Agora na caminhada em busca da oitava conquista, a obrigação é ganhar ou ganhar, mesmo que, olhando para o que aconteceu nas quartas de finais, a zebra deu o ar da graça.
Favoritos, com a torcida empurrando do começo ao fim, Corinthians, no domingo, e São Paulo, na segunda-feira, caíram, nos pênaltis, contra Ituano e Água Santa. Em sua entrevista coletiva, o treinador do Tricolor, Rogério Ceni, enfatizou que era "obrigação" a sua equipe ter passado à semifinal.
O Galo de Itu será o adversário do Palmeiras. Era um outro momento, mas o Ituano, em 2014, bateu o Verdão, por 1 a 0, no Pacaembu, e se classificou para a final do Paulistão, quando encarou o Santos e terminou com o segundo título do Estadual de sua história.
No ano passado, nas quartas de final do Paulista, sem sustos, o Palmeiras fez 2 a 0 e eliminou o time de Itu, depois, na semifinal, a vítima foi o Red Bull Bragantino, derrotado por 2 a 1. Na primeira partida da final, o Palmeiras perdeu para o São Paulo no Morumbi por 3 a 1. Depois, no Allianz Parque, reverteu a vantagem, goleou por 4 a 0 e ficou com o título.
Neste ano, o Palmeiras, que está invicto, mostrou força e venceu como visitante o Ituano, por 3 a 1, e o Água Santa, por 1 a 0. O jogo mais duro foi contra o Red Bull Bragantino. Graças à excelente atuação do goleiro Weverton, o Verdão ganhou por 2 a 0, no Allianz Parque.
É claro que cada encontro tem uma nova história é escrita e, como manda um dos clichês mais surrados do mundo da bola, "futebol é uma caixinha de surpresas".
O técnico Abel Ferreira costuma elencar alguns episódios para tirar o favoritismo de véspera da sua equipe. Eu gosto de citar dois deles que demonstram como ele irá trabalhar com essa obrigação de o Palmeiras ser campeão paulista.
Na Copa do Brasil de 2021, na disputa por uma vaga às oitavas de final, na partida de ida, o Palmeiras, último campeão do torneio, venceu, por 1 a 0, o CRB em Maceió (AL). O rival, que disputa a Série B, surpreendeu em São Paulo, devolveu o placar e ganhou a vaga nos pênaltis.
No ano passado, a poderosa Itália, atual campeã europeia e dona de quatro títulos de Copa do Mundo, na disputa da repescagem por uma vaga para o Mundial do Qatar, foi derrotada pela Macedônia, em casa, e ficou pela segunda consecutiva fora do torneio mais importante de seleções.
A Macedônia, que se animou com o feito e viu aumentar as chances de disputar pela primeira vez uma Copa do Mundo, não conseguiu êxito porque caiu justamente contra os conterrâneos de Abel Ferreira. Portugal levou a melhor na última fase da repescagem e se classificou para o Mundial do Qatar.
Por esses e tantos outros acontecimentos inesperados que Abel Ferreira costuma citar em entrevistas coletivas veremos esse Palmeiras ainda mais ligado neste reencontro com o Ituano e, caso passe à final, nos dois jogos contra o vencedor do confronto entre Água Santa ou Red Bull Brasil.
Da minha parte, entendo que é obrigação o Palmeiras ser campeão, mas é preciso, olhe eu de novo com clichê, respeitar o adversário que está do outro lado.
Afinal, ganhar desse Palmeiras e ser campeão paulista engrandece o currículo de qualquer profissional que esteja do outro lado.
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