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Em quatro páginas, Abel Ferreira mostra como se conquista o Brasileirão
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Caras leitoras e caros leitoras, se vocês quiserem entender o tamanho do favoritismo do Palmeiras nesta 21ª edição do Campeonato Brasileiro no formato de disputa por pontos corridos, basta ler a volta (capítulo) 60 do livro "Cabeça Fria, Coração Quente", best-seller escrito pelos cinco componentes da comissão técnica comandada por Abel Ferreira.
Das páginas 262 a 265, Abel Ferreira, que está no clube desde o dia 2 de novembro de 2020 e é o treinador há mais tempo no cargo entre os 20 profissionais dos times do Campeonato Brasileiro da Série A, destrincha em um poder de síntese o caminho para levantar a taça ao longo dessa maratona de 38 partidas.
Da análise de dados, as estratégia foram colocas em prática, e o Palmeiras cumpriu esse objetivo no ano passado e pinta de novo um dos favoritos.
Nesta edição, em busca do bicampeonato seguido, como fez nos Brasileiros de 1993 e 1994, o Palmeiras recebe o Cuiabá, no Allianz Parque. O duelo, que começa às 16h, é o pontapé inicial no torneio.
É preciso, antes, que eu faça uma ressalva. Por mais que tenha o elenco faminto por conquistas e todos falam em brigar pelos títulos em todas as competições, das três em disputa, o Campeonato Brasileiro não é a prioridade.
Primeiro vem a Copa Libertadores, caminho para o Mundial de Clubes, único título que falta a essa comissão técnica, e depois a Copa do Brasil, que também é outro caminho mais rápido para conquistar uma vaga para a assegurar a participação no torneio continental em 2024.
Então vamos lá.
A grande estratégia para o Palmeiras buscar o quarto título na era dos pontos corridos vai depender do quanto a equipe ficará concentrada sem a bola nos pés e dar proteção ao goleiro Weverton.
Campeão em 2016, 2018 e 2022, o Palmeiras terminou com a melhor defesa. Esse último, na gestão Abel Ferreira, a equipe sofreu 27 gols, sendo apenas três derrotas, a terceira foi na última rodada, com o título assegurado, contra o Internacional, em Porto Alegre, em um encontro com cara de amistoso de luxo.
Sob a direção de Cuca, em 2016, foram 32 gols sofridos e seis derrotas. Com Felipão, a equipe levou 26 gols e terminou com quatro derrotas.
Outro detalhe que chama atenção é a pontuação final. A meta estipulada foi alcançar a pontuação dessas campanhas, ambas terminaram com 80 pontos. Os comandados de Abel Ferreira fizeram um a mais.
Pelo histórico do torneio, a pontuação é superior ao necessário para ser campeão. Desde 2006, quando o Brasileirão dos pontos corridos passou a ter a participação de 20 clubes, jamais o segundo colocado conseguiu fazer mais do que 74 pontos.
Sobre os rivais, Abel Ferreira e seus auxiliares os dividiram em dois blocos, o G8 e o G11. No primeiro, na avaliação deles, os oito mais fortes, e no segundo os 11 com menos chances de brigar pelo título.
No livro, que leva em consideração o Brasileiro de 2021, a meta era alcançar, no mínimo, 20 pontos dos 48 em disputa contra os clubes do G8, composto por Flamengo, Atlético-MG, São Paulo, Corinthians, Grêmio, Internacional, Fluminense e Santos.
A ambição foi maior para o restante. Nos duelos contra Athletico-PR, Red Bull Bragantino, Bahia, Fortaleza, Ceará, Atlético-GO, Sport, Chapecoense, América-MG, Cuiabá e Juventude, o planejamento foi de 60 pontos dos 66 em disputa.
Neste ano, com a volta do Grêmio, todos os clubes do G8 estão na disputa. No G11 estão na Série B, Ceará, Atlético-GO, Sport, Chapecoense e Juventude. Estão em seus lugares, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Goiás e Vasco da Gama.
Em 2021, com o calendário mais complicado por causa da pandemia da Covid-19 e priorizando a Copa Libertadores, o plano não deu certo e o Palmeiras terminou o Brasileirão em terceiro colocado, com 66 pontos.
Porém, o ano foi maravilhoso para os palmeirenses, que comemoraram duas Libertadores no mesmo ano. Em janeiro na final contra o Santos, no Rio de Janeiro, válida pelo ano de 2020. Depois, em novembro, contra o Flamengo, essa de 2021, no encontro em Montevidéu, no Uruguai.
Palpite do colunista
É claro que pelo elenco, tudo aponta para o Flamengo, campeão brasileiro em 2019 e 2020, como o grande adversário.
Entretanto, devido ao começo de ano atribulado, a demissão de Vitor Pereira e agora com a incógnita do que será do futebol rubro-negro sob o comando do treinador Jorge Sampaoli, anunciado nesta sexta-feira, é arriscado apontar o clube carioca como o grande adversário do Palmeiras.
Da mesma forma, o Atlético-MG, campeão em 2021, tem um bom elenco, mas o trabalho do argentino Eduardo Coudet está no início, e já houve um grande atrito com torcedores por causa do fiasco e derrota, por 1 a 0, para o Libertad-PAR na estreia da fase de grupos da Copa Libertadores, no Mineirão.
Assim, aposto as minhas fichas no Fluminense, de Fernando Diniz. No ano passado, o Flu deu muito trabalho ao Palmeiras, jogando melhor nos dois empates por 1 a 1, primeiro no Allianz Parque e, no returno, no Maracanã. O Tricolor carioca terminou o torneio com 70 pontos, em terceiro lugar.
Com um bom elenco, que ganhou mais em experiência e poder de criação após a chegada do lateral esquerdo Marcelo, multicampeão pelo Real Madrid, Diniz, que voltou ao Fluminense para a segunda passagem no dia 30 abril de 2022, tem a confiança do elenco e é o quarto treinador há mais tempo no cargo entre os 20 da Série A.
O segundo é o argentino Juan Pablo Vojvoda, que comanda o Fortaleza desde maio de 2021. Em terceiro vem Mano Menezes, anunciado como treinador do Internacional em 19 de abril de 2022.
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