CPI da Manipulação no Futebol precisa ouvir João Martins, Felipão e Hulk

Enquanto está em curso a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados, em Brasília, neste último final de semana, personagens de clubes importantes da elite do futebol nacional levantaram mais suspeitas quanto à lisura do Campeonato Brasileiro.

Pelas acusações do palmeirense João Martins, um dos auxiliares de Abel Ferreira, Luiz Felipe Scolari, treinador do Atlético-MG, e o atacante atleticano Hulk, os casos precisam ser apurados e os três são obrigados a prestar mais esclarecimentos, no âmbito esportivo, criminal e na CPI da Manipulação no Futebol.

Se João Martins tem tanta certeza que está em curso algo orquestrado pelo "sistema" para prejudicar deliberadamente o Palmeiras, a não conquistar o torneio pela segunda vez seguida, então devemos apostar sem medo de perder dinheiro que o Botafogo será o campeão brasileiro?

Da mesma forma, nós devemos sempre apostar contra o Atlético-MG, já que Hulk diz que os árbitros estão sempre contra ele e o seu clube. O seu treinador, Luiz Felipe Scolari, também vociferou e colocou em dúvida a lisura da arbitragem ao dizer que Hulk recebe muitos amarelos "por ordem de lá de dentro".

Portanto, se é dessa forma, Felipão está dando uma ótima dica para os apostadores. Em jogos do Atlético-MG, quando Hulk for escalado, eles devem marcar cartão amarelo. Para quem não sabe, acertar quem vai receber cartões rende mais dinheiro nas apostas.

Diante do que Hulk e Felipão afirmaram categoricamente, ambos também deveriam ser convocados para explicar como esse "sistema" age e que diretamente afeta o mercado de apostas esportivas.

Em tempo: Hulk disputou 35 partidas na temporada e recebeu 16 cartões amarelos, sendo 12 por reclamação.

Além disso, cabe ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) convocar os três personagens também para provar que muito do que assistimos até aqui é fruto de cartas marcadas, ou seja, os torcedores não precisam ir ao estádios, comprar o pacote de jogos pagos, pois o resultado é definido pelo "sistema".

É triste que após mais uma rodada do Campeonato Brasileiro, o desempenho das equipes seja assunto secundário. Tudo por causa do discurso incendiário de pessoas que preferem colocar a culpa nos outros na frustração de não ter conseguido somar os três pontos.

Aí o torcedor palmeirense, que endossou o discurso sem provas do auxiliar João Martins, de que o "sistema não quer que o Palmeiras ganhe o bicampeonato", vai reclamar e dizer que Zé Ivaldo, do Athletico-PR, deveria ter sido expulso por desferir cotovelada em Endrick, de que a bola no chute do Artur contra o Bahia cruzou a linha do gol, o que não pôde ser conclusivo por causa da qualidade das imagens.

Só que esses mesmos palmeirenses, principalmente a comissão técnica portuguesa, não colocaram em xeque a marcação do pênalti sofrido por Rony na disputa com Tinga, no duelo com o Fortaleza, que abriu o caminho para a vitória, por 3 a 0, que encaminhou a classificação às quartas de final da Copa do Brasil.

É óbvio que os árbitros erram, como eu erro, e, da mesma maneira, dirigentes, jogadores, treinadores também cometem falhas, mas daí dizer que existe um "sistema" montado para determinar qual será o resultado é uma acusação gravíssima, que, repito, precisa ser investigada e provada.