Luís Rosa

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Vice-líder, Palmeiras tem chance quase zero de tirar a taça do Botafogo

A vitória na marra sobre o Cruzeiro por 1 a 0 nesta segunda-feira, no Allianz Parque, com o gol do atacante argentino Flaco López, no último lance, fez o Palmeiras encerrar o primeiro turno do Campeonato Brasileiro com 34 pontos. Assim, provisoriamente, é o time que está mais próximo do líder Botafogo, que fechou a primeira parte com 47 pontos, a melhor campanha na história com o formato de disputa de pontos corridos.

Por conta do adiamento da partida Corinthians e Grêmio, válida pela 15ª rodada, que seria realizada no dia 15 de julho, ainda não dá para saber qual será a vantagem que o Botafogo, em tese, terá terminado o primeiro turno em relação ao segundo colocado.

Isso porque, com um jogo a menos, o Tricolor gaúcho soma 33 pontos e, caso vença o Corinthians, ficará com 36 pontos nos seus 19 jogos do primeiro turno. A CBF ainda não definiu quando será realizado este encontro.

A situação é bem clara e vem sendo destacada por Abel há quase um mês. Do jeito que caminha o Botafogo será difícil algum time conseguir uma virada.

É claro que, como reza uma das tantas máximas do futebol, "o jogo só termina quando acaba", mas, pensando friamente, a chance é quase zero de o Palmeiras ou outros postulantes ao título tirarem o caneco dos botafoguenses.

Para se ter uma noção que corrobora com o que o treinador tem dito, o Palmeiras ganhou a última edição do Brasileirão. No primeiro turno, a equipe somou 39 pontos, com 11 vitórias, seis empates e duas derrotas. Neste ano foram nove vitórias, sete empates e três derrotas.

Vale citar as palavras do comandante português: "há um time que está jogando fora da curva e, se continuar dessa maneira, vai ser campeão e temos que dar os parabéns."

Com essa situação, Abel Ferreira percebeu o quão difícil será manter os jogadores em nível de concentração competitiva no decorrer do segundo turno. Por isso, o aviso bem claro para os seus jogadores após a partida.

"Nossa atitude competitiva é sempre a mesma, jogue quem jogar. Jogaremos sempre para ganhar. Se não tiver essa mentalidade, não pode fazer parte deste clube. Mas não é o caso", disse Abel Ferreira.

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Dessa maneira, para manter a "atitude competitiva" no Campeonato Brasileiro, o principal ponto é que o grande objetivo da temporada é a busca pelo título da Copa Libertadores. Ou seja, quem não render no Brasileirão corre o risco de perder espaço, ou prejudicar a preparação para a decisão da vaga à semifinal do torneio, nos dias 23 e 30 de agosto, contra o Deportivo Pereira, da Colômbia.

Por outro lado, enquanto não chegam os jogos da Libertadores, duas frentes estão bem definidas. Primeiro, jogadores com pequenas lesões ou desgastados por causa da maratona da temporada não estarão em campo no Brasileirão, como tem sido o caso do atacante Dudu.

A última partida do camisa 7 pela competição foi contra o Flamengo, na 14ª rodada, no dia 8 de julho. Desde então, ele só atuou em jogos decisivos: no duelo da volta contra o São Paulo, pelas quartas de final da Copa do Brasil, no dia 13 do mês passado, e nas duas partidas contra o Atlético, válidas pelas oitavas de final da Libertadores, nos dias 2 e 9 deste mês.

Com o caso de Dudu segue a definição da segunda frente. Quem está sem condições abre espaço para a concorrência, que, no elenco palmeirense, significa a oportunidade para os jogadores mais jovens. Por exemplo, John John está ganhando mais rodagem por ter sido o atleta que mais agradou como substituto de Dudu.

A diretoria optou por não fazer investimento nesta janela de transferências. Assim, sem reforços, como já é sabido, os atletas da base vão encarar o que Abel Ferreira repete à exaustão: "a dor do crescimento".

"São 11 jogadores de 24 que temos no elenco [da base]. Isso aconteceu com o Garcia, com o Naves, com o Vanderlan... o Jhon Jhon começou a treinar conosco há dois anos e o Luís [Guilherme] entrou há cinco meses. E também o próprio Endrick: exigimos destes jogadores como se fossem o Zé [Rafael], o [Gustavo] Gómez, o Murilo, o Artur... São jogadores com muito potencial e que precisamos ter muita paciência. Vamos ganhar com o talento deles e perder por erros deles e do técnico também", afirmou Abel.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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