Luís Rosa

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Crias da base do Palmeiras podem superar a 'dor do crescimento'

Perder nunca é bom, afinal a derrota para o Red Bull Bragantino, por 2 a 1, de virada, neste domingo, em Bragança Paulista, impediu o Palmeiras de ao menos se manter a sete pontos do líder Botafogo, que recebe o Goiás, nesta segunda-feira, e fecha a 25ª rodada deste Campeonato Brasileiro.

Além disso, o Palmeiras, que estacionou nos 44 pontos, deixou a vice-liderança e caiu para a quarta posição, agora com o Red Bull Bragantino, que soma 45 pontos. Pelo critério de desempate número de vitórias (13 a 12), o Grêmio, que também tem 44 pontos, é o terceiro colocado.

Tudo isso porque o Palmeiras desta temporada, como aconteceu no ano passado, não tem elenco para brigar por todas as competições que terminam no segundo semestre. Em 2022, após cair na Copa do Brasil e Copa Libertadores, o elenco encontrou forças para seguir sem sustos e conquistar o Campeonato Brasileiro.

A prioridade é alcançar à final da Copa Libertadores no tudo ou nada contra o Boca Juniors, nesta quinta-feira, no Allianz Parque.

Foi por causa dos dois jogos da semifinal que o técnico Abel Ferreira entrou com o mistão contra o Grêmio, no Sul, e com os reservas contra o time de Bragança Paulista. Foram duas derrotas, que, repito, devem custar a luta pelo título do Brasileirão.

O torcedor palmeirense tem razão em lamentar e cobrar reforços da diretoria, mas eu peço para que se faça um exercício de valorizar quem está no elenco, principalmente os garotos formados nas categorias de base.

Contra Red Bull Bragantino, o técnico Abel Ferreira escalou entre os titulares sete crias da Academia de Futebol: Garcia, Naves, Vanderlan, Fabinho, John John, Luiz Guilherme e Endrick. Na etapa final, entraram Kevin, Ian e Kauan Santos, este que fez a sua primeira partida como profissional.

Conformado que não receberia reforços com mais bagagem, Abel Ferreira repetiu inúmeras vezes que o Palmeiras passaria pela "dor do crescimento". Dessa maneira, o torcedor precisaria ficar preparado para ver muitos garotos em campo.

Entenda-se por "dor do crescimento", as alegrias e as tristezas de quem ainda não tem maturidade suficiente para suportar a pressão de jogos difíceis e não sabe como aproveitar as oportunidades e decidir a partida.

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Basta analisar o que aconteceu ao longo do duelo em Bragança Paulista. Depois de um início de forte pressão, com direito a uma bola na trave de Eduardo Sasha, a equipe precisou de um lance bem construído para Endrick mostrar o quanto é um jogador acima da média e abrir o marcador.

Com o Bragantino desorientado e querendo o empate a todo custo, o Palmeiras teve tudo para ampliar, e não só pelos chutes que pararam nas traves, primeiro com Luis Guilherme e depois com Breno Lopes. Fosse jogadores mais acostumados a esse tipo de situação, os gols poderiam ter saído em outros contragolpes.

Na etapa final, aí sim, o Bragantino mandou na partida, mas empatou de pênalti, cometido por quem tem mais experiência, o volante Richard Ríos, que deixou o braço aberto e cortou cruzamento. Sasha empatou. Quando tudo parecia encaminhar para o empate, os donos da casa viraram com Eric Ramires.

Desde 2020, ano que o Palmeiras decidiu dar mais espaços para as crias da base, com a estreia de Kauan Santos, foram 39 garotos lançados. É evidente que nem todos vingaram, e os que estão no elenco nem todos vão se firmar como titulares, como ocorre com o volante Gabriel Menino, o único que atualmente ostenta essa condição.

Por outro lado, é preciso, repito, dar crédito e acreditar que alguns vão atingir essa condição. Está provado que o técnico Abel Ferreira sabe enxergar esse potencial e vai "queimar" nenhum deles.

Espera-se apenas que a presidente Leila Pereira dê ao treinador mais jogadores experientes que possam ajudar os garotos a superar a "dor do crescimento".

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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