Luís Rosa

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Torcida palmeirense precisa controlar os nervos e jogar com time

É público e notório que as redes sociais e antissociais se tornaram termômetro do humor dos torcedores. Sendo assim, escrevo, sem nenhum medo de errar, que o palmeirense está extremamente desconfiado em relação ao desfecho desta noite, quando o Palmeiras pode, se despachar o Boca Junior, no Allianz Parque, chegar à terceira final da Copa Libertadores nos últimos quatro anos.

Caso o final seja o que os palmeirenses esperam, no próximo dia 4 de novembro, o Palmeiras encara o Fluminense, no Maracanã, em busca do quarto título. O Tricolor, que eliminou o Internacional, em uma virada esplendorosa, por 2 a 1, tenta ganhar o torneio sul-americano pela primeira vez.

Bem, a tensão está no ar.

Tudo isso começa, claro, em função do que o time vem produzindo ao longo dos últimos meses. Por exemplo, neste mata-mata da Libertadores, o Palmeiras não fez um gol em seu estádio. Foram dois empates, contra o Atlético-MG nas oitavas de final, e Deportivo Pereira-COL nas quartas de final.

Aqui vale destacar que, em ambos os casos, o Palmeiras conquistou bons resultados fora de casa. Derrotou o atleticanos, por 1 a 0, e goleou, por 4 a 0, a equipe colombiano.

Só que agora, alardeiam os palmeirenses, o adversário é o Boca Juniors. Em mata-matas pela Copa Libertadores, os argentinos levaram a melhor em todos contra o Verdão. Na final de 2000, no Morumbi, e repetiram a dose, ambas nas semifinais, em 2001, no antigo Palestra Itália, e 2018, no Allianz Parque.

Se for levar em conta os placares, em todos esses três confrontos, o Boca Juniors não conseguiu vencer o Palmeiras. Nesses jogos, respectivamente, os resultados foram empate em 0 a 0 (4 a 2 nos pênaltis), 2 a 2 (3 a 2 nos pênaltis) e novamente empate em 2 a 2.

Além disso, desde que venceu a Libertadores de 2007, o Boca Juniors deixou de ser um bicho-papão. Não ganhou mais nenhuma.

Quando os torcedores olham o desempenho da equipe, a preocupação também é grande. Afinal, desde que goleou o Deportivo Pereira, o Palmeiras fez sete partidas, com duas vitórias, três empates e duas derrotas, com apenas três gols marcados.

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De novo, é preciso contextualizar. Foram apenas três gols sofridos. O primeiro gol, na derrota para o Grêmio, encerrou uma série de oito partidas com a defesa intacta. Os outros dois gols aconteceram na derrota para o Red Bull Bragantino, no último domingo, quando o Palmeiras jogou com os reservas. Entre os titulares, o técnico Abel Ferreira escalou sete garotos crias da base.

É o que tem para hoje

Mesmo nos momentos em que o time estava disputando todas as competições, os torcedores cobravam reforços. A presidente Leila Pereira até ironizou os que insistiam na cobrança. Após o time eliminar o Atlético-MG e se classificar para as quartas de final, ela usou uma rede social e alfinetou os exaltados.

Com a queda de rendimento da equipe, principalmente após a grave lesão do atacante Dudu, que operou o joelho direito, o assunto reforços voltou com tudo.

O problema é que a diretoria fez algumas tentativas, mas não obteve êxito. Ou seja, é com esse elenco que os palmeirenses terão que torcer para que, enfim, acabe com a sina de ficar pelo caminho em mata-matas contra o Boca Juniors.

Quem vê como exagerado o burburinho nas redes sociais e antissociais, o discurso é de que esse elenco, nos momentos de dificuldades levou a campo os mantras de Abel Ferreira "todos somos um" "todos somos 11" e "cabeça fria e coração quente". Dessa forma, dizem os otimistas, o verdadeiro palmeirense vai "jogar" com o time do começo ao fim.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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