Luís Rosa

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Opinião

Apressado, corro o enorme risco de queimar a língua com este Palmeiras

Após o massacre do Palmeiras sobre o São Paulo, no clássico que terminou em 5 a 0, achei um tanto exagerada a comemoração, afinal, apesar do resultado histórico, a equipe estava com poucas chances de brigar com o 'título do Campeonato Brasileiro.

O equívoco da minha parte, com críticas de muitos leitores, infelizmente com ofensas, por eu ter usado o termo "derrocada no semestre", foi não se atentar que fazer previsões no futebol brasileiro é um convite para virar besta ou bestial.

Está aí esse Palmeiras de Abel Ferreira, que completou três anos no comando nesta semana, mostrando o quanto está enraizada a mentalidade vencedora, de sair do buraco e acreditar que, enquanto existir um fio de esperança, é possível conquistar qualquer objetivo.

Só assim é o caminho para entender como um time, que terminou em desvantagem de 3 a 0 no primeiro tempo, com gols de Eduardo,Tchê Tchê e Júnior Santos, saiu aliviado, afinal foi pouco pela produtividade do adversário, buscasse uma virada épica no segundo tempo.

Tudo isso comandado por um garoto de 17 anos. Endrick decidiu com dois gols e o cruzamento para Gustavo Gómez, que deu a assistência para Flaco López empatar a partida.

É bom frisar que, aos 37 minutos da etapa final, quando tinha a vantagem de um jogador a mais e perdia por 3 a 1, o adversário teve uma penalidade para "matar" a partida.

A defesa do goleiro Weverton no arremate do artilheiro Tiquinho Soares valeu mais que um gol.

O golpe de misericórdia veio no gol do zagueiro Murilo, no 4 a 3, que sacramentou a quarta vitória consecutiva nessa arrancada palmeirense.

Se no fator confiança, os botafoguenses estão abalados, na tabela de classificação, o Botafogo tem gordura. São 59 pontos contra 56 dos palmeirenses, e com uma partida a menos.

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O problema é que os palmeirenses sabem lidar muito mais com a pressão do que os botafoguenses, que nunca venceram o Brasileirão na era dos pontos corridos.

Da minha parte, fica aqui o enorme o risco de queimar a língua com esse Palmeiras.

Isso se chama futebol, o esporte que nos brinda com o imprevisível e cada vez mais precisamos respeitar o poder de superação de quem acredita em algo aparentemente impossível.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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