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Marília Ruiz

REPORTAGEM

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Empresária e presidente: a nova vida onipresente de Leila Pereira

Leila Pereira, recém-eleita presidente do Palmeiras, e a jornalista Marília Ruiz - Arquivo Pessoal
Leila Pereira, recém-eleita presidente do Palmeiras, e a jornalista Marília Ruiz Imagem: Arquivo Pessoal

Colunista

16/12/2021 17h56

Das poucas certezas que tínhamos na temporada, Leila Pereira era uma. Favorita e única candidata à sucessão de Mauricio Galiotte, a nova presidente do Palmeiras começou, enfim, seu mandato à frente do clube. A nova rotina de despachos e reuniões diárias na Academia de Futebol se somará a manutenção das suas funções como principal executiva da Crefisa e da FAM, as duas principais patrocinadoras do Palmeiras.

"Não vou deixar as minhas empresas, Marília. Vou manter as duas atividades". Nós, mulheres, podemos tudo, revelou Leila em entrevista exclusiva ao BLOG.

Bem-humorada, visivelmente realizada, segura e confiante, Leila falou por mais de 40 minutos sobre seus planos para ser a maior presidente da história do Palmeiras quando deixar o posto em 6 anos. Isso mesmo: seis anos. Pela primeira vez, ela afirmou que pretende concorrer à reeleição em 2024.

"Acho que seis são anos suficientes para fazer um bom trabalho de gestão profissional. Falei para o Galiotte, com todo respeito: vou fazer a melhor administração da história do Palmeiras", disse com a mesma confiança que sempre ostentou desde que resolveu patrocinar o clube em 2015.

Nem a questão da dupla função (patrocinadora e presidente), alvo de críticas por conflito de interesses, tirou o sorriso da voz na primeira entrevista da nova mandatária.

"Quem coloca dinheiro no Palmeiras não é problema. Conflito de interesses causa quem usa o Palmeiras para ganhar dinheiro. Qual seria o conflito de interesses? Cite um", questionou.

Eu citei um possível: a renovação do acordo entre Palmeiras e Crefisa/FAM no último ano do seu mandato. A resposta:

"Se aparecer alguém pagando mais, alguém idôneo, estenderei um tapete verde. Caso não apareça, a proposta das nossas empresas será encaminhada ao Conselho Deliberativo, que terá autonomia para decidir", afirmou Leila sobre o tema que, desde sempre, parece mais incomodá-la (* impressão dessa que assina a coluna).

Incomodada mesmo admite ficar pela ausência de um FAIR PLAY financeiro no futebol brasileiro que impeça clubes multiplicando dívidas enquanto disputa títulos e o calendário do futebol brasileiro.

"Não tenho o que fazer [sobre o calendário], mas espero que a gente possa negociar com a Federação Paulista para mudar a participação dos grandes no Estadual. Isso já ajudaria", disse.

Os primeiros passos de Leila nos bastidores serão dados depois das festas de final de ano. "Sim, eu vou fazer uma reunião na Fifa, vou participar da reunião dos presidentes de clubes sobre a Liga... Não terei nenhum problema para transitar nesse meio. Não tenho medo de nada. Nós, mulheres, podemos fazer tudo".

Esse "tudo" da Leila alviverde começa hoje.

Vamos acompanhar.