Marília Ruiz

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Opinião

Meu amor é Corinthians

Hoje é aniversário dos corinthianos, com "h", como todos que são sabem bem escrever.

O aniversário é do povo que foi lembrado (e tem sido esquecido) no primeiro segundo da vida do Sport Club Corinthians Paulista, quando o primeiro presidente profetizou naquela madrugada, sob a luz de lampião, ladeado por outros operários, que aquele clube seria "o time do povo" e o povo faria a história alvinegra.

Não se trata de um amor de torcedor qualquer. O Corinthians não tem torcida como qualquer outro rival. É a torcida que tem o time. E esse é o segredo da fé.

E é essa fé fiel inabalável que comemora hoje 114 anos de um amor unilateral, irracional, dolorido e incondicional.

Ninguém se torna corinthiano. Ou se é ou não se é —azar. Corinthiano nasce. Corinthiano é. Sofre e não esmorece. Ama na vitória e ama mais na derrota. Ama na alegria e ama profundamente na tristeza. Ama na saúde e cuida amando mais ainda na "doença". Nunca, nunca abandona.

O amor alvinegro é narcisista. A gente gosta de ser corinthiano. A gente se adora por ser Corinthians. A gente se acha mais bonito, mais forte, mais resiliente e mais feliz só porque é Corinthians.

Corinthiano não gosta de futebol-arte. Gosta de Corinthians. Corinthiano não gosta de goleada. Gosta de Corinthians.

Corinthiano gosta do Corinthians corinthiano: do povo, guerreiro, vez e outra desequilibrado, maloqueiro, provocador, protagonista. Corinthiano gosta de um Corinthians raçudo. Gosta do Corinthians de Basílio. Do Corinthians do Neto. Do Corinthians do Doutor. Do Corinthians que joga aos 47 minutos do segundo tempo como se não houvesse amanhã.

Hoje é dia da festa desse sentimento, dessa loucura, desse arrebatamento de quem é abençoado por São Jorge. Só quem é me entende.

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Só quem é sabe o que é: o Corinthians é uma força da natureza.

Em nome do Pai, do Filho e de São Basílio, pé-de-anjo. Amém.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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