Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
A busca do Flamengo por Jorge Jesus e o colonialismo nos tempos de hoje
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Ora escrachada, ora maquiada, a visão "colonialista" de alguns portugueses, especialmente nos meios de comunicação locais, tem dominado as análises (preconceituosas) sobre o forte e público interesse do Flamengo em recontratar Jorge Jesus.
"Tática de Terceiro Mundo", "disparate" e "imoralidade" foram alguns dos termos infelizes (para não usar outra definição) usados nos últimos dias para definir o cerco em cima de Jesus, que, diferentemente dos dirigentes rubro-negros, tem optado pelo silêncio.
O vice-presidente Marcos Braz e diretor Bruno Spindel não recusam um microfone e uma câmera desde que chegaram a Lisboa, numa claríssima estratégia de pressionar o Benfica e também desviar o foco na busca por outras opções, como Paulo Sousa e Vítor Pereira.
Certa ou errada, boa ou ruim, circense ou não, há uma estratégia definida pelos brasileiros, especialmente em relação a Jesus. Mas quem eles pensam que são para chegar à Europa com o intuito de contratar um profissional empregado e bem remunerado? É, entre outras palavras, o que pensam aqui e ali.
O Flamengo sabe perfeitamente o que precisa fazer - e eventualmente pagar - para levar de volta para a antiga colônia portuguesa aquele que para muitos é dos maiores nomes da história do clube. Se quiser, inclusive, nem sequer é preciso negociar diretamente com o Benfica. Como assim? Alto lá!
"Tática de Primeiro Mundo" é um dirigente português ir para o Brasil e, sem qualquer negociação, pagar a multa rescisória de um treinador que havia recém-renovado contrato para seguir no time que, na altura, era o atual campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores.
Dois pesos, duas medidas. Uns podem, outros não podem. Uma "lógica" de mais de 500 anos. O que o Benfica fez no passado recente não é diferente daquilo que o Flamengo tem feito hoje. Muito sinceramente, ambos estão corretos. Um conseguiu. A ver o como vai correr com o outro.
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