Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Lisca fora em dois meses: para onde vai a gestão de futebol do Santos?
Lisca durou 54 dias como técnico do Santos: de 20 de julho a 12 de setembro. Menos de dois meses. Oito jogos. É o terceiro treinador em nove meses de 2022, depois de Fábio Carille e Fabián Bustos. É o mesmo Santos que teve como executivos Edu Dracena (saiu em julho), Newton Drummond (pouco mais de um mês) e desde então não tem ninguém.
No começo do mês o presidente Andres Rueda falou da "relação fantástica" e desejo de ter Lisca até o fim de 2023, ao término do seu mandato. A intenção não durou duas semanas.
Os relatos nos bastidores do Santos são de falta de hierarquia de comando no departamento de futebol, com processos que sejam de fato executados e cobrados no dia a dia. Essa pessoa responsável pelo departamento não existe.
A ausência da figura de um gerente, coordenador técnico e ou um executivo de futebol deixa o treinador sobrecarregado e tendo que tomar decisões fora da sua alçada. Rueda tem centralizado as decisões do futebol, mas claramente o caminho não é esse. E aqui reconheço o bom trabalho de recuperação financeira do clube.
Mas o Santos correu risco de cair no Paulistão por dois anos seguidos, foi eliminado pelo Deportivo Táchira na Sul-Americana e novamente se vê como figurante no Brasileirão, podendo brigar contra o Z-4 por mais um ano.
O ponto não é discutir se Lisca era bom ou ruim, até porque em menos de dois meses sequer se pode chamar de trabalho. O time não apresentou evolução no desempenho, mesmo com semanas livres, e perdeu para Goiás e Ceará. A questão, no entanto, é mais profunda.
Nesse ritmo para onde pretende ir a gestão de futebol do Santos? Qual imagem o clube passa? Não parece haver um rumo.
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