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Mancini explica polêmicas em passagem pelo São Paulo: 'Foi injusto'

Vagner Mancini teve uma passagem pelo São Paulo como coordenador técnico em 2019. No entanto, em nove meses de trabalho, duas principais polêmicas envolvendo o então coordenador aconteceram na equipe paulista.

Logo no início de sua passagem, Mancini presenciou a demissão do então técnico tricolor André Jardine após um começo de Campeonato Paulista abaixo do esperado. Cuca estava acertado com o clube para ser o sucessor mas, devido a um problema no coração, ficou decidido que Mancini comandaria a equipe até o fim da competição.

Com uma melhora de desempenho, Mancini chegou até a semifinal do torneio, empatando com o Palmeiras na primeira partida. Cuca, no entanto, antecipou sua chegada e comandou a equipe a partir do segundo jogo, classificando para a final após superar o Palmeiras nos pênaltis. Na decisão, o São Paulo perdeu o título para o Corinthians. Mancini se sentiu injustiçado com o ocorrido, achando que deveria comandar o time na final, como contou ao Zona Mista do Hernan, programa do Canal UOL.

"Eu nunca falei muito sobre isso, mas foi injusto. Eu chego no São Paulo para ser coordenador de futebol. O André Jardine, que era o treinador, tem alguns resultados que não eram os esperados, e acaba sendo demitido. Quando ele foi demitido, teve uma reunião na casa do Raí, com toda a diretoria, e o nome da vez era o Cuca. Ligaram para o Cuca e ele falou que estava com um problema de coração, se eu não poderia assumir até o término do Campeonato Paulista. [...] Eu assumi o time, fiz algumas trocas, e deu uma revigorada. Eliminamos o Ituano, o Palmeiras nos pênaltis e, para minha surpresa, o Cuca se apresenta na terça-feira antes do jogo contra o Corinthians (final), e ninguém sabia", afirmou Mancini.

"O Leco até tinha me perguntado: 'Mancini, e se você for campeão?'. Eu falei que, independente de ser campeão ou não, eu entregaria o cargo no dia seguinte porque eu fiz um acordo com a diretoria e com o Cuca".

Com a chegada de Cuca, Mancini foi convidado a ser auxiliar do novo técnico. Mas sente que, caso continuasse no comando, o resultado poderia ter sido diferente.

"Naquele momento, até os próprios atletas achavam que eu tinha que continuar. Não estou aqui falando contra A, B ou C, estou falando um sentimento que tenho. Acho que a gente teria grandes chances de ganhar o título aquele ano, porque o time estava muito encaixado".

Após o vice-campeonato, Mancini retornou ao cargo de coordenador, mas esteve envolvido em outra polêmica meses depois, que resultou em sua saída do São Paulo. Em setembro de 2019, o trabalho de Cuca não estava satisfatório e a diretoria tricolor teria avisado Mancini de que ele assumiria como técnico da equipe. No entanto, segundo o treinador, uma conversa com um grupo de jogadores mudou os rumos para que Fernando Diniz fosse contratado.

"O São Paulo perde para o Goiás na quarta-feira. Na quinta-feira, quando eu chego no CT, sou informado que seria o treinador já no próximo jogo. Pediram que eu avisasse minha equipe e só estariam esperando o Leco chegar para que definíssemos. Me foi dito que o melhor momento do São Paulo na temporada foi comigo e que, por causa disso, eu seria efetivado. Quando eu volto do treinamento, tem um grupo de jogadores sentado com a diretoria e me impediram de entrar na sala. Quando os atletas saem e me chamam, a informação era de que estavam em dúvida entre eu e o Fernando Diniz. Então eu me demiti duas vezes. Como coordenador porque eu não concordava com aquilo, achava que quem tinha que tomar a decisão era a diretoria. E como o treinador que eu não fui".

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O Zona Mista do Hernan, apresentado pelo colunista do UOL, André Hernan, vai ao ar todas as semanas no canal do UOL Esporte no YouTube.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

17 comentários

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Wiclério Gonçalves de Alencar

Uma das maiores injustiças q já vi no futebol. Mancini pode não ter uma carreira cheia de glórias, mas me lembro bem q ele fazia o simples, sem invenções, e conseguia os resultados. Aí na hora da cereja no bolo, tiram o cara. Depois, é tirado por jogadores! Não pela diretoria. Aí é complicado. Não tem como obter resultados com essa forma amadora de uma diretoria trabalhar.

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Iraja Bernardino Ribeiro Junior

Caramba ! Isso só prova o quão fraca é essa diretoria do SPFC , estão na mão dos jogadores faz tempo ! Estes jogadores que decidem técnico ganharam títulos para o time  ? Pelo vexame da forma como perderam o Brasileirão com Diniz eles também deveriam estar fora ! O problema do SPFC nunca foi o técnico , são os jogadores sem comprometimento mesmo ! 

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Andre Luis Rodrigues

De fato, foi injusta a demissão do Mancini naquela época. Mas me pergunto o por quê desse tipo de matéria/entrevista agora. Parece entrevista encomendada ou oportunismo de treinador urubuzando o treinador atual do time. Apesar da injustiça, quero deixar clara a minha opinião sobre o Mancini: é um técnico mediano na melhor da hipóteses. Acho-o fraco. É um técnico que dura pouco tempo nos clubes onde passa, sempre arruma algum conflito com diretoria ou jogador. Quando vai pra time grande é técnico tampão, quebra-galho, com todo respeito a ele, que me aprece boa pessoa, etc. É tipo encomenda de alguém de dentro do SP, para ver se encaixa na cabeça do torcedor, balão de ensaio. A realidade é que, exceção do Renato Gaúcho (que é caro demais e não entende nada do futebol paulista) não há bons técnicos disponíveis no mercado brasileiro. Só tranqueira ultrapassada. Para o meu Tricolor eu gostaria do Vojvoda. Tenho certeza que arrumaria o time.

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