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O goleiro e outras curiosidades
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A posição de goleiro foi estabelecida alguns anos depois que o futebol começou a ser praticado na Europa, mais exatamente em 1871. Como a primeira uniformização das regras aconteceu em 1848, é razoável dizer que o goleiro nasceu 23 anos depois do futebol. Como na época o futebol se inspirava em algumas práticas do rugby, a princípio, o goleiro podia usar as mãos em qualquer parte do campo.
Em 1867, surgia a regra mais sofisticada do jogo: o impedimento. A ideia era punir quem tentasse jogar de forma indecente, escondendo-se atrás do beque. E o impedimento exigiu que se pensasse em uma forma de aferi-lo: entrava em cena o árbitro - 1868. Mas ele só daria seu veredito se fosse questionado pelos times. Caso contrário, ficava calado. O tiro de meta apareceria em 1869 e, em 1872, surgiria o escanteio.
Em 1877, as partidas ganharam tempo fixo, os 90 minutos. No Brasil, até 1930, os jogos tinham 80 minutos. Em 1880, estabeleceu-se que não haveria mais impedimento a partir do tiro de meta e, no ano seguinte, o escanteio foi incluído na exceção.
Em 1878, o apito foi inaugurado como instrumento de trabalho do árbitro. Em 1891, nasciam os bandeirinhas e o juizão passava a atuar dentro do campo (antes ele arbitrava de fora). A pequena área, a grande área, o círculo central e a marca do pênalti chegaram em 1902. A ilustre meia-lua da grande área apareceu apenas em 1937. O primeiro esquema tático dos jogos era o 1-10. O infeliz que ficava atrás era o back - o nosso beque.
Tudo isso e muito mais está no livro "A dança dos Deuses", de Hilário Franco Junior, lançado pela Companhia das Letras em 2007.
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