Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Por Derek e por Lucca: vamos, São Paulo
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Uma das coisas mais bonitas que o futebol oferece é a capacidade de a gente seguir amando um time apesar da má fase, das derrotas, da falta de títulos, das vacas magras, na saúde e na doença. E uma das missões mais difíceis da vida é a gente convencer as nossas crianças a torcerem para o nosso time de coração justamente quando a fase ruim é longa.
A fase do São Paulo não é boa há quase uma década, e o garoto Derek, que nasceu em 2012, ainda não viu seu time campeão. Mas Derek tem a sorte de ter um primo sensível e apaixonado que, a despeito da fase ruim, conseguiu internalizar nele o amor pelas três cores do time do Morumbi. O herói dessa singela história de amor é meu amigo Lucca Bopp, publicitário, escritor, cronista esportivo e São Paulino, antes de qualquer coisa.
Com Derek, Lucca jogou usando um arranjo tático de segurança: fez o garoto crescer vendo vídeos antigos do São Paulo no Youtube, mostrando jogadas específicas, explicando sobre ídolos passados, levando ele ao Morumbi, vestindo a camisa do São Paulo constantemente. "O que mais me comove é pensar que o Derek não desistiu do São Paulo", me disse Lucca. "Ele ama o São Paulo e ele nem sabe por quê. Ele é apaixonado por um sentimento que ele acredita que existe, o de um time grande e vencedor. O amor dele é ancorado na fé de que um dia o time vai ganhar."
Lucca explica, com um tipo de sensibilidade que é comum a ele, que o São Paulo é uma companhia. "Para as crianças, nesse momento difícil de pandemia, se você ama um time como o São Paulo você tem companhia, tem uma ocasião, tem rituais e relações cultivadas a partir do futebol".
O São Paulo, para Lucca, é o pai dele. Mais do que um time, é um estado de espírito e uma máquina do tempo. É um veículo que leva Lucca de volta ao colo do pai, que passou a ele o bastão da paixão pelo tricolor. Toda vez que o São Paulo entra em campo, Lucca sente o pai ao lado dele. E não estamos falando de alguém que morreu - Lucca e o pai estão vivíssimos -, mas é uma relação que se manteve sólida e íntima muito por causa desse amor: o pai se separou da mãe de Lucca quando ele tinha 5 anos.
Escrevi demais, e esse nem era meu objetivo. O que quero mesmo é que vocês assistam ao vídeo: impossível não se comover e esse tipo de emoção é capaz de ofuscar qualquer rivalidade.
Então, por Derek, por Lucca, por Paulo, por Francisco, por Mauricio, por Marcelo pai, por Marcelo Filho (não temos um Marcelo Espírito Santo) e por meu irmão e companheiro de vida, Kiko: Vamos, São Paulo!
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