Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Tem alguma coisa errada com a seleção que não acha espaço para Gabigol
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É difícil que a gente entenda a importância das coisas no momento em que ainda estamos vivendo essas coisas. Normalmente precisamos de um distanciamento histórico para olhar para trás e dizer: eu vi um dos maiores em campo.
Gabriel Barbosa, o atacante do Flamengo, é um fenômeno e vai entrar para nossa história como um dos melhores entre os grandes. Gabigol fez 18 gols nos últimos 17 jogos. É uma média absurda de gols. Mas Gabriel não é apenas gol. Ele corre, quer jogo, recebe a bola e vai em direção ao gol, com ela ou através de um passe, sem nunca titubear. Ele contamina o time com sua pulsão de ataque. Gabigol não sabe não atacar; ele existe para ir, com propósito e muitas vezes com a bola, em direção a área adversária.
No mágico ano de 2019, o cara já tinha escrito seu nome na eternidade rubro-negra. Se saísse do Flamengo logo depois da encantada virada contra o River, já sairia coberto de reverências. Mas Gabigol quer mais e busca, incansavelmente, outras glórias. Na vitória contra o Bahia no domingo, 18 de julho, fez três gols ao seu estilo: frieza, talento, precisão.
Uma seleção que deixa um atleta como ele no banco é uma seleção que, de duas, uma: ou está perdida, ou está metida num esquema de panela muito intenso que não é capaz de achar espaço para o craque que chega com capacidade para mudar a história.
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