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Milly: O Corinthians e sua cadência retrô acham um jeito de jogar
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Não é exatamente empolgante, nem palpitante, mas o time de Sylvinho achou um padrão de jogo. O toque de bola que parece excessivo, pra lá e pra cá, para trás tanto quanto para frente, longe de ser um tiki-taka, resolveu alguns problemas que o time tinha, como a total falta de ideias para atacar e uma enorme vulnerabilidade para se defender. É um ritmo retrô de jogo, cadência anos 70, mas vai se mostrando eficiente.
A zaga encaixou com Gil e João Victor, os laterais são experientes e agora só apoiam com hora marcada. O meio de campo com Giuliano e Roni em excelente forma, se movimenta bastante. Jô resolveu mudar o jeito paradão de estar em campo e agora abre para as laterais e oferece espaço para que os volantes apareçam como atacantes.
É um ritmo lento, mais seguro do que excitante, e por isso tem quem reclame. De fato, o torcedor e a torcedora - seja porque o campeonato não está empolgando ou porque a lentidão não é exatamente emocionante - não gritam gol como antes, mas talvez, depois do VAR, jamais gritemos.
Sylvinho tem muito trabalho pela frente, e talvez o mais imediato seja tentar mudar o "faz um gol e muda todo o jeito de jogar", aquela mania de recuar demais depois de abrir o placar e se desorganizar em campo, perdendo o simulacro retrô de tiki-taka de vista. Contra o Athletico-PR foi assim: fez o gol, deixou pra lá a posse de bola, recuou e apavorou o torcedor.
O fato é que um ano que se anunciava perdido para o Corinthians, e que reunia previsões de rebaixamento, agora se revela como um ano de disputa por vaga na Libertadores. É o que temos. Não é uma exuberância, mas, não faz muito tempo, era muitíssimo bem pior.
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