Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Milly: Dani Alves pula nos braços do fascismo bolsonarista
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Nesse 7 de setembro, o jogador Daniel Alves postou em suas redes sociais uma foto abraçado à bandeira do Brasil com a legenda: "Brasil acima de tudo; Deus acima de todos. Dia da nossa independência e desejo-lhes que vocês peguem esse dia para se independizar (sic) também. Se independizar (sic) das opressões, das manipulações de opiniões e das influências egocêntricas. SER LIVRE É PODER SONHAR. SER LIVRE É PODER REALIZAR. SER LIVRE É SABER QUE TUDO VAI PASSAR E SOMENTE OS LEGADOS VÃO FICAR!!! VIVA A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E DOS BRASILEIROS" #Deusnovomando (sic)".
A legenda com esse emaranhado de palavras sem sentido poderia até gerar dúvidas sobre que posição o jogador está tomando, mas a escolha pelo slogan usado pelo Bolsonarismo e emprestado do nazismo ("Alemanha acima de tudo") não deixa dúvidas.
A essa altura da pandemia, do extermínio, do genocídio não é mais aceitável que alguém defenda Bolsonaro e esse slogan fascista. Nunca foi, é verdade. Mas antes poderíamos até tentar elaborar, pensar, refletir, debater o profundo desamparo que levou milhões a desejos anti-institucionais. Agora, não mais.
Postar foto com bandeira do Brasil associada ao slogan bolsonarista é tomar partido. E o partido que Daniel Alves está tomando é o do liberal fascismo bolsonarista, esse que ameaça dar um golpe, que já nos matou às centenas de milhares, que queima nossas florestas num ritmo histórico, que acha que algumas mulheres merecem ser estupradas, que diz que não é preciso usar máscaras, que tudo bem aglomerar, que negro é medido em arroba, que mulher é fraquejada, que deixa vacina apodrecer, que libera o maior número de agrotóxico já liberado em nossa história, das rachadinhas, da naturalização de funcionários fantasmas, da celebração de milícias e milicianos. É a esse Brasil que Dani Alves está dando as mãos.
Não tem mais como se esconder. As máscaras estão caindo e os fascistas colocando a cara no sol.
E, numa gota ainda maior de desespero e de tristeza, a constatação de que Marta curtiu a postagem (e de que, depois de algumas horas, descurtiu).
Como escreveu no Twitter o comentarista da ESPN Breiller Pires: "É sempre decepcionante quando atletas com trajetórias vitoriosas e inspiradoras no esporte se comportam como capachos de extremistas golpistas. Ser ídolo vai muito além dos feitos esportivos. Empilhar troféus não impede qualquer cidadão de ocupar a lata de lixo da história". É isso aí.
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