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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Nas redes sociais, Fluminense tira sarro de língua inglesa usada pelo rival

John Textor, investidor do Botafogo, celebra vitória sobre o Fortaleza junto à torcida - Vitor Silva / Botafogo
John Textor, investidor do Botafogo, celebra vitória sobre o Fortaleza junto à torcida Imagem: Vitor Silva / Botafogo

Colunista do UOL

27/06/2022 11h20

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Logo depois da vitória sobre o Botafogo, as redes sociais do Fluminense começaram a postar textos em inglês para enaltecer o resultado. A brincadeira tinha a intenção de dar uma cutucada no rival, que desde a chegada do acionista estadunidense John Textor passou a usar como assinatura a frase "Time to set fire", ou "hora de botar fogo".

Achei a brincadeira divertida.

Por um lado, expõe um pouco a dimensão do ridículo do uso frase em inglês que virou assinatura do Botafogo. Estamos no Brasil, falando de futebol, e usar uma língua que não é nossa para se comunicar com seu torcedor é, além de estranho, bastante cafona.

Por outro, é uma brincadeira que cutuca apenas aqueles que estão numa posição de mais poder, e esse tipo de humor é bem-vindo. Tirar sarro de excluídos, de quem está em situação de sujeição, de quem representa minorias políticas é, além de bastante fácil (coisa que criança faz), também opressor e, algumas vezes, crime.

Textor tem dado demonstrações de amor ao clube que comprou, e é sempre bacana testemunhar o processo de apaixonamento de alguém. Mas o acionista agora está no Brasil, o Botafogo é um time brasileiro e criar slogans com a nossa língua seria o ideal. Aprender rapidamente a falar português, idem.

"Time to set fire" não nos diz nada. "Hora de botar fogo" é uma frase muito melhor, mais potente e, eu diria, decente.