Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Corinthians: saída de Willian é balde de água fria
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O Corinthians tem feito ótima campanha no departamento de marketing e de comunicação. Trabalha bem as redes sociais, fala diariamente com a torcida, apresenta jogador com chuvas de fogos, luzes apagadas e celulares acesos.
Trata o Fiel Torcedor com pompa, faz camisa com "respeita as minas", produz vídeos emocionantes e sensíveis.
Fora de campo, é como uma empresa trabalhando para deixar seu cliente satisfeito - e digo isso com algum cinismo porque não acho que time de futebol deva agir como empresa.
Mas, olhando mais de perto, começamos a sentir o cheiro do ralo (ótimo filme, aliás).
Alguma coisa parece não estar encaixada no relacionamento entre jogadores, comissão técnica, diretoria.
A saída de Willian é um balde de água fria numa temporada que, depois de se anunciar ruim, ameaçou ser boa e agora já indica que pode ser um fracasso.
Willian e Corinthians nunca reataram de fato. O reencontro ficou com gosto de "faltou alguma coisa" de ambas as partes.
Não se pode culpar o atleta que deseja escapar desse Brasil atual. Não se pode julgar a decisão de quem foi ameaçado por pessoas desequilibradas que vivem em um país desequilibrado.
Willian vai sem ter chegado de alma. Sai sem imprimir sua marca. Deixa a Fiel com saudade do que poderia ter sido.
A vida segue - e segue com clássico contra o Palmeiras no sábado, 13, e com decisão pela Copa do Brasil na quarta-feira, 17.
Perder o derbi é ficar a nove pontos do líder. Não vencer com diferença de pelo menos três gols o Atlético-GO é sair da Copa do Brasil
Não seja pessimista, dizem os otimistas. O time é segundo colocado no Brasileiro e ainda está na Copa do Brasil, tudo ainda vai bem.
Verdade: olhando friamente, talvez tenhamos coisas boas no caminho.
Mas um olhar mais atento e sensível nos diz que não.
Vitor Pereira e Roger Guedes se desentenderam lá atrás e desde então o time tem alternado bons jogos com atuações apáticas.
O sonhado embalo não acontece e VP aparenta estar a cada dia menos animado com seu trabalho.
O cheiro de que alguma coisa apodreceu começa a ficar mais forte. Se for verdade, o Corinthians tropeçará no Derbi.
Mas, se houver alguma saída para desviar os ventos da crise, o time deixará a alma em campo no sábado e poderá voltar a sonhar. Animado, unido e confiante, vira o jogo na Copa do Brasil e tudo outra vez parecerá ótimo.
Incertezas e um certo cheiro que vem do ralo: é o que temos.
De certo mesmo apenas o show da torcida, que não se cansa de demonstrar de forma potente e comovente o que sente pelo clube.
Treinadores e craques vêm e vão; essa torcida sem igual fica.
É o que o clube tem de melhor. É seu maior patrimônio. É a única e real riqueza. São os únicos que jamais partirão.
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