Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Na ONU, Bolsonaro risca o chão ao encerrar seu discurso com o lema fascista
Deus, Pátria, Família.
Com essas palavras, criadas pelos fascistas na Europa e usadas pelos integralistas no Brasil, Jair Bolsonaro fez suas considerações finais em discurso na ONU.
Meteu um "liberdade" na sequência para tentar rasurar o lema, mas não funcionou.
Está ali. Tudo escrito, tudo gravado.
Saiu preso?
Não, não saiu.
Foi preso logo depois?
Até agora não.
Apologia ao fascismo deveria ser atitude inaceitável, intolerável, incontornável. Especialmente na ONU.
O fascismo não é apenas um fenômeno histórico localizado na Europa do começo do século 20.
O fascismo é um modo de gestão de vida e de pulsão de morte.
Na letra e na técnica, a administração de Jair Bolsonaro segue toda a lógica dos regimes fascistas.
Ele nem precisaria fazer descarado uso do lema fascista para nos avisar quem é.
Mas ele faz.
E, ao fazer, risca o chão.
Pessoas que andam por aí enaltecendo o fascismo deveriam ser impedidas de andar por aí por representarem uma ameaça à sociedade.
Bolsonaro não apenas anda por aí como é presidente do Brasil.
A escolha pelas palavras finais é um ato pensado e ousado.
Com elas, Bolsonaro avisa ao mundo inteiro sobre seus valores e sonhos.
Psicanaliticamente falando, pode até ser um desesperado pedido para ser retirado desse lugar que ele tão evidentemente detesta ocupar.
Se não der em nada, Bolsonaro terá declarado ao mundo que que é um amante do fascismo.
Terá conseguido o tal do aval mundial para seguir sua cruzada autoritária rumo ao aprofundamento do horror, da destruição, das mortes e da opressão no Brasil.
Terá conseguido respaldo para dar golpes, melar eleições e, assim, criar a sociedade que considera a ideal, que se baseia em uma noção hipócrita, misógina, racista e LGBTFóbica de família, em um deus diabólico e em uma pátria absolutamente entregue à exploração do capital internacional.
Isso faz dele um fascista?
Vocês me digam.
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