Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
São Paulo e Botafogo: não foi um jogo, foi um teste de amor e de paixão
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Aguaceiro, campo empoçado, bola que não rola, arquibancada descoberta, torcida que canta e pinga (perdão pela paródia com o hino do rival).
Havia tricolores e havia botafoguenses. Eles e elas não pararam de cantar e de pular.
Os dois times não disputam muita coisa. Uma possível mas nem tão provável chance de Libertadores, nada além disso.
Antes do jogo começar, estavam ambos a sete pontos do G6 e a 11 do Z4, nenhum dos dois times têm jogado para agradar ou entreter.
No meio de um temporal, tudo fica ainda pior.
Quanto pior? Digamos apenas que, no intervalo, a TV não exibiu os "melhores momentos".
Eu já vi muito jogo horrível na vida, e em todos eles os editores foram capazes de achar alguma coisa para mostrar no tradicional quadro entre os tempos.
Não hoje. Não teve melhores momentos na TV.
Mas teve torcida no estádio.
Trata-se de uma declaração de amor e de entrega.
O que é um time além de sua torcida?
Nada, absolutamente nada.
No final, o Botafogo ganhou com um gol de penalti.
Foi justo? Nada a respeito desse jogo foi justo.
A única justiça do dia foi a certeza de que a partida eventualmente acabaria.
O que fica de saldo são três pontos para os cariocas, que sonham com Libertadores, e uma provável gripe para todos os guerreiros e guerreiras que foram ao estádio.
Nota de destaque para a torcida do São Paulo, que cantou até o apito final, quando então começou a vaiar.
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