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Ministério de Lula: tudo lindo, só falta encaixar Tebet e Marina
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Depois de alguma apreensão, Lula finalmente divulga representatividade para ministérios e secretarias.
E os nomes não poderiam ser mais robustos.
Silvio Almeida, Nísia Trindade, Anielle Franco, Cida Gonçalves, Esther Dweck, Luciana Santos: temos um time, senhoras e senhores. Temos um timaço.
Estamos nos livrando de nomes obscurantistas e mórbidos, como Salles, Pazuello, Moro, Guedes e Damares, e listando foras-de-série.
As secretarias seguem sendo preenchidas com excelência, desde o BNDES até Ministérios como Fazenda e Justiça.
Bons ventos sopram e a gente se enche de confiança.
Ainda assim é impossível escapar das perguntas: e Simone Tebet? E Marina Silva?
Não serei eu a ensinar Lula a fazer política, obviamente, mas me incomoda ver os nomes de Tebet e Marina ainda sem um lugar de destaque nesse governo.
A presença delas no palanque de Lula foi sim determinante numa vitória que, pelos motivos que sabemos quais são, acabou ficando apertada.
O que Tebet fez há tempos não víamos ser feito na política.
Pular apaixonadamente numa campanha com a qual tinha diferenças básicas.
Era a única alternativa aos horrores do bolsonarismo, ela sabia disso e não pensou duas vezes para dar a mão a Lula e Alckmin, coisa que minha amiga Mara Gabrilli, vice de Tebet, não fez.
Dizem que ela quer ministérios centrais e que o PT não está disposto a abrir mão. Mas se Lula é o rei da negociação, eis aí uma que se faz muito necessária, e rápido.
Por decência. Por ética. Por educação. Por retribuição.
Política não se faz com esses princípios e ela representa o agro, alguns poderão argumentar.
Mas é justamente pelo fato de ela ser uma mulher ligada ao agro e ainda assim ter apoiado tão decentemente Lula - e ter oferecido potência para nos livrarmos do que seria um segundo mandato de Bolsonaro - que Tebet pode representar um tipo de vida fundamental para o novo Brasil.
Marina e ela me parecem a verdadeira cara de uma transição rumo ao futuro.
Uma negra, uma branca. Uma ligada ao agro, outra ambientalista. Uma rica e urbana, outra periférica e da floresta. Ambas mulheres.
Está nesse casamento uma boa chance.
Não há como chegar onde queremos sem que atores de campos opostos se sentem à mesa com honestidade e boas intenções.
Tebet mostrou sua faceta de honestidade, coragem e decência. Fez o que não se esperava dela. Se indispôs com o partido e com muita gente em nome de uma chance para esse país.
Seguimos aguardando com alguma ansiedade a retribuição.
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