Hora de dar a Fabio seu verdadeiro tamanho e importância

O goleiro Fabio tem uma das carreiras mais longevas do futebol brasileiro. Em 2023 ele completa 43 anos de idade atuando em grande forma.

Fabio passou pelo Cruzeiro no começo da vida profissional, foi para o Vasco, onde começou a se firmar como um dos grandes na posição, e depois voltou ao Cruzeiro, clube que defendeu entre 2005 e 2022.

Fabio não é exatamente um goleiro que se imponha pela personalidade forte, como foram Marcos e Ceni, mas sempre foi altamente técnico e frio.

Chegou ao Fluminense em 2022 depois de deixar o Cruzeiro que tinha sido comprado por Ronaldo.

A princípio, não atendia os desejos da nova gestão do clube.

A despeito de todas as críticas que faço às SAF e ao modo como elas aplicam o modelo empresarial do lucro acima de tudo e de todos ao futebol, é absolutamente natural que se decida não renovar o contrato de um ou outro jogador.

O que não é normal é que alguém que defendeu o clube por 17 anos seguidos, e que era ídolo, saia sem o reconhecimento de seu verdadeiro tamanho e da importância que teve na história do clube.

Gratidão é das coisas mais dignas e elegantes que podemos demonstrar.

Fabio mereceria uma festa, um jogo de despedida, todas as homenagens rendidas pelo clube cuja camisa chamou de sua por quase duas décadas.

Fabio foi necessário ao gol do Cruzeiro por anos. Se não servia mais sob o ponto de vista do empregador, que tivesse saída honrosa.

E se não servia ao Cruzeiro, servia ao Fluminense, que há anos vinha buscando um nome que pudesse ser consagrado no gol.

Diante do Vasco nesse domingo, Fabio teve atuação brilhante. Não fossem suas intervenções, o resultado do clássico teria sido outro e Cano não sairia como herói.

Dar a Fabio seu verdadeiro tamanho é apenas justo.

Que ele tenha do Fluminense o reconhecimento que não teve ao sair do Cruzeiro.

E que, quando decidir parar, seja homenageado em grande festa.