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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Pontos fortes e fracos do Corinthians de Lázaro em relação ao de VP

Fernando Lázaro, técnico do Corinthians, na partida contra o São Paulo pelo Campeonato Paulista - LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO
Fernando Lázaro, técnico do Corinthians, na partida contra o São Paulo pelo Campeonato Paulista Imagem: LUIS MOURA/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

27/02/2023 16h00

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O Corinthians de Fernando Lázaro já é um time mais interessante do que o de Vitor Pereira.

Amargura e rancor, dirão alguns a respeito da opinião. E, nesse caso, eu argumentaria o seguinte.

O Corinthians de VP fez uma temporada competitiva e foi capaz de se manter no pelotão de elite. É bastante coisa, sem dúvida.

Méritos precisam ser colocados em seus lugares.

Mas o time de VP não deslanchava e vivia de altos nem tão altos e de baixos razoavelmente baixos.

Não era um time alegre em campo (ah, quanta subjetividade), não vencia clássicos, não era entrosado (o que pode ser explicado pela obsessão em poupar jogadores) e parecia fazer muito esforço para jogar (jogadores fora de posição explicam).

O time de Lázaro joga mais leve e é mais agradável se se ver.

A opção de Giuliano atuando como volante indica isso. Perde um pouco em marcação, mas ganha em toque de bola e em saída de jogo.

VP mexia no time de forma titubeante; Lázaro parece ter as peças mais encaixadas na forma como quer que o time jogue e é capaz de trocar criativamente.

No jogo contra o Santos, depois do segundo gol, trocou e deixou um time mais ajustado ao contra-ataque. O Corinthians sobrava e poderia ter feito o terceiro gol, mas sofreu o empate numa fatalidade fruto de displicência individual.

VP mantinha Roger Guedes centralizado e reclamava que ele não marcava.

Lázaro deixa Guedes solto pela esquerda e o que estou vendo é o atacante voltar para marcar como nunca antes.

Adson jogava aberto em cima da linha no campo de ataque. Hoje está flutuando do meio para frente e melhorou.

Com VP, o gol era suado; com Lázaro sai mais naturalmente.

Ainda acho que existe trabalho ali no meio. São muitos bons volantes e falta saber como compor as duplas de modo que precisem correr menos.

Roni tem sido usado como titular e não sei se seria ele a melhor opção, mas Maicon não vem bem e Du Queroz está de saída (lamentavelmente).

Paulinho vem assumindo novas funções quando entra, jogando mais à frente. Pode ser bom.

Renato Augusto sobra em talento, mas tem corrido demais e não vai segurar esse pique o ano todo, correndo riscos desnecessários. Eu deixaria ele mais protegido na criação, sem contrapartidas. Até porque, sem ele, tudo muda taticamente. Quem fará sua função? Não há outro como ele.

Percebo o time mais alegre em campo. Sei da subjetividade dessa análise, mas não se tira a subjetividade do futebol. Ela é material de análise opinativa e poderia inclusive ser mais usada.