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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Galvão, Casão e seleção: nada jamais será como antes

Galvão Bueno, durante primeira transmissão do Canal GB no YouTube em Brasil x Marrocos - Reprodução/Canal GB
Galvão Bueno, durante primeira transmissão do Canal GB no YouTube em Brasil x Marrocos Imagem: Reprodução/Canal GB

Colunista do UOL

25/03/2023 21h01

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Galvão Bueno estreou seu canal no YouTube.

Chamou amigos talentosos como Zico, Casão e Felipe Neto para ajudarem ele a narrar o jogo da seleção brasileira contra o Marrocos.

De cara, múltiplos problemas técnicos.

Também de cara, uma audiência colossal para métricas de YouTube.

Atrasou para começar, Galvão estava incomodado com o ponto, a imagem não entrava quando ele chamava, Felipe Neto, com eco, tirou o fone e não escutava mais o que Galvão falava, vazou o pedido desesperado da produção para que Felipe recolocasse o fone...

Caos.

Caos?

Eu diria que não.

Tudo normal.

Bem vindo ao mundo das lives, Galvão.

Não tem controle, mas tem tico mais de verdade.

Não tem o padrão Globo de qualidade, mas nem a Globo tem mais o padrão Globo de qualidade, então bora lá comunicar nesse mundo mais fragmentado e mais verdadeiro.

Agora o que conta é a originalidade, a espontaneidade, a sinceridade.

Para ter isso a gente aceita problemas técnicos. É do jogo.

Casão abriu a live chorando.

Era muita coisa para ser absorvida.

Casão é imenso. Um homem que sente e demonstra.

Pois é: vale chorar.

Vale sair do roteiro. Vale se emocionar.

Galvão vai precisar de tempo para se ambientar ao novo meio.

Um meio em que, se me permitem uma previsão, ele vai sobrar se conseguir deixar pra lá algumas exigências em relação ao padrão técnico de qualidade: surfar o descontrole.

Como escreveu a escritora inglesa Janette Winterson: as paredes protegem, mas também limitam.

Agora, sem paredes, Galvão, Casão e grande elenco podem ser o que quiserem ser.

Tem um mundo a ser construído.

Já a seleção é um caso mais sério.

Vamos precisar de uma completa reestruturação para voltarmos a ser minimamente competitivos - ou mesmo, ao menos, respeitados.