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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Seleção de Pia mostra suas garras e chega à Copa com força inédita

Ary, Kerolin e Gabi Nunes comemoram gol da seleção em amistoso entre Brasil e Alemanha - Thais Magalhães/CBF
Ary, Kerolin e Gabi Nunes comemoram gol da seleção em amistoso entre Brasil e Alemanha Imagem: Thais Magalhães/CBF

Colunista do UOL

11/04/2023 14h52

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Lá vamos nós outra vez exercer um direito humano básico: o de sonhar.

A seleção feminina do Brasil, a 100 dias da Copa, volta de seu passeio pela Europa com duas exibições de peso.

Depois de empatar com a poderosa Inglaterra, venceu a ainda mais poderosa Alemanha.

O time de Pia me surpreendeu pela atitude: jogaram de forma impositiva e sem cabeças baixas contra uma seleção altamente técnica e competente.

Carente de uma armadora - Marta não estava, Bia Zaneratto tampouco - o time se encontrou numa marcação forte e coordenada, saindo rapidamente nos contra-ataques.

Driblou como eu não via há tempos. Jogou solto como eu não via há mais tempo.

E isso tudo com muitos desfalques.

Mais do que a performance eu focaria no resultado. Ouso aqui discordar de Pia, que disse oposto antes do jogo contra a Alemanha.

Não fizemos apresentações brilhantes, não sobramos tecnicamente, mas fomos consistentes na auto-estima e na confiança e conquistamos um resultado robusto contra a Alemanha: 2x1.

É que há décadas a seleção feminina luta contra a insegurança; lá onde sobrava técnica, faltava confiança.

Muitos títulos ficaram pelo caminho por causa desse imenso detalhe.

Minhas críticas ao time de Pia eram nesse sentido: havia muita marcação e muita disciplina mas pouca irreverência, pouca ginga, pouca criatividade.

Não foi o que vimos essa jornada europeia antes da Copa.

Vimos um time confiante, cheio de auto-estima, driblador e até, em muitos momentos, encantador.

E isso tudo sem um sistema de armação - uma de nossas falhas.

Mas mesmo a falta de armação temos como corrigir:

Tem Zanotti, tem ainda a chance de Marta, teria até Thamires se ela fosse orientada para cair mais pelo meio e ajudar na armação.

Tem opções técnicas e táticas e, dessa vez, tem confiança.

Como se diz por aí, estão nos deixando sonhar.

Bora para a Copa, Brasil.