Não tem mais boba no futebol
África do Sul, Haiti, Nigéria, Jamaica, Marrocos, Coreia do Sul, Zâmbia. Essas são apenas algumas das seleções que impressionaram por sua postura tática.
Nem todas elas passaram de fase, mas algumas deixaram para trás elencos badalados e muito mais ricos, como Alemanha, Itália, Canadá e Brasil.
Os Estados Unidos quase dançaram para Portugal, mas no último minuto foram salvas pela trave.
É boa notícia para o futebol feminino que não haja mais bobas.
Tudo é revelador, desde o primeiro gol do Panamá em Copas - um golaço, aliás - até a eliminação de grandes elencos.
No futebol feminino, a conquista de uma é a de todas.
Não sem dor e frustração para quem ficou pelo caminho, mas existe a consciência de que observar que países como o Haiti, tão devastado por políticas coloniais criminosas, são capazes de formar um time capaz de competir com força contra seleções que chegaram antes nesse rolê.
Ver o carinho com que Khadija Shaw, craque da Jamaica, foi abraçar Marta ao final do jogo que eliminou o Brasil dá uma ideia do que essas duas mulheres têm em comum.
A absurda evolução das seleções mais periféricas aconteceu nos últimos quatro anos. Uma evolução surpreendente e animadora.
Não tem mais volta e agora é ir em frente. Meninas que hoje veem o futebol como possibilidade só saberão do esforço das pioneiras por filmes, documentários, livros, noticiário. Essa é a importância de seguirmos contando histórias. Elas nos unem às nossas antepassadas e nos encorajam a honrar quem veio antes.
Vamos agora ao mata-mata. Vai ser demais.
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