Milly Lacombe

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Diante de 80 mil, australianas avançam na Copa e vão virando mania nacional

Havia mais de 80 mil pessoas no estádio em Sidney para assistir ao confronto entre Austrália e Dinamarca. Eram 75 mil pagantes e milhares de convidados e convidadas da FIFA.

As Matildas, como é conhecida a seleção da casa, não são exatamente as favoritas para papar o torneio, mas parecem ganhar confiança a cada jogo, a cada gol, a cada vitória, a cada chacoalhar do estádio lotado.

A atacante Sam Kerr, ídola nacional antes mesmo da Copa começar, fez sua estreia aos 80 minutos do jogo contra a Dinamarca, recuperada de uma contusão que a afastou da etapa classificatória.

Ao vê-la tirar o colete para entrar em campo o estádio veio a baixo. Meninas, crianças, famílias: todos em transe.

Uma das câmeras que faziam a transmissão chegou a passar por uma garotinha aos prantos logo depois do segundo gol das Matildas, mas a direção de imagem deixou escapar o momento tão simbólico.

A comentarista do UOL Laura Luzzi está em Melbourne e disse que esse foi o primeiro jogo em que ela notou o país de fato unido em torno do que poderia acontecer e vibrando muito em frente aos monitores.

Sem Sam Kerr, as Matildas tiveram que contar com outras estrelas, e acharam no jogo de Caitlin Foord e Mary Fowler possíveis substitutas para tanto espaço de afeto: as duas, atacante e meia respectivamente, fizeram uma partida impecável técnica, tática e fisicamente ajudando a construir o placar de dois a zero.

O futebol feminino é essa usina de afetos que vai fazendo circular novas emoções e sentimentos. Sobra respeito e entrega. Sobra carinho e amor.

Mas, como somos todas humanas, há também episódios de violência.

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A Inglaterra, uma das favoritas ao título, passou a duras penas pela Nigéria nos penaltis. Jogo tenso e pegado. A quatro minutos do final, uma das principais atletas inglesas, Lauren James, deu um pisão proposital nas costas da rival Alozie, que estava caída no gramado. Uma cena cheia de deslealdade e rara de se ver nessa Copa.

Mas, ao mesmo tempo, uma cena que serve para nos humanizar. Somos falhas e, em momentos de desespero, cometemos gestos dos quais nos arrependemos e pelos quais teremos que pagar.

Depois do jogo, Alozie disse que está bem, que não tem mágoa nenhuma de James e que esse tipo de coisa acontece numa partida cheia de tensão. Afinal, ela argumentou, a James saiu do jogo e isso foi bom para a gente.

Lauren James talvez fique ficar fora da Copa porque seria natural que levasse mais de dois jogos de suspensão. Se assim for, vai fazer uma falta tremenda à seleção cujas cores ela defende com tanta competência e talento. Seria lamantável deixar de ver essa brilhante jogadora em campo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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