Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

Até quando a Conmebol vai fingir combater o racismo?

As imagens do torcedor tricolor chorando depois de ser atingido pela casca de uma banana no Morumbi são dilacerantes. Vítima do racismo de fãs do San Lorenzo, o garoto desabou emocionalmente.

Práticas racistas em jogos de times brasileiros agora são corriqueiras. Elas não diminuíram, elas aumentaram a despeito das faixas dizendo que o racismo é feio, é bobo, não pode, não façam, evitem.

A Conmebol segue com suas plaquinhas de "basta de racismo" em jogos da Libertadores e da Sulamericana. Não resolveu, não vai resolver e está ficando apenas ridículo ler a mensagem jogo após jogo.

As multas aplicadas aos times cujos torcedores se entregam ao crime também não resolverão nada e terão efeito positivo apenas para os cofres da confederação. Lucrar com o racismo isso sim é bem feio.

A Conmebol sabe punir com rigor coisas como quebra de protocolo na entrada do campo e gente que rasga dinheiro, mas quando atenta-se contra a dignidade humana, bem, deixemos isso pra lá, façam aí umas camisetas, umas hashtags e segue a vida.

Tratam coisas como pessoas e pessoas como coisas.

Quando eles mudarão de atitude dado que o que vêm fazendo até aqui não está resolvendo nada e só faz aumentar o racismo?

Excluir da competição o clube cujo torcedor imitou macaco, gritou mono ou jogou banana, por exemplo.

Usar o dinheiro da multa para um fundo que dará cursos obrigatórios sobre a causa antirracista para todos os clubes classificados para torneios da Conmebol. Impedir que os times entrem em campo se gestos racistas acontecerem antes dos jogos.

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Seguir nesse teatro é ser conivente com o racismo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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