Série documental da seleção australiana é aula de como construir um time
Antes da Copa, as Matildas, como é conhecida a seleção da casa, passava longe de ser uma favorita. Falávamos que talvez chegasse às quartas, mas não surpreenderia se nem lá chegassem. Agora, 28 seleções eliminadas, as Matildas são uma das quatro que ficaram, ao lado de Suécia, Espanha e Inglaterra.
Muitas coisas fazem um time de futebol e tradição é apenas uma delas. Além de técnica, tática e estratégia, um time é - e eu diria, acima de tudo - um grupo coeso de pessoas mobilizado em nome de uma mesma intenção.
União e entrega muitas vezes superam tradição e talento.
Isso não é sugerir que ao time australiano falte talento: não falta. Mas, se comparado a outras seleções, incluída aí a brasileira, o talento natural é menor.
Classificação e jogos
A história de como as Matildas se formaram enquanto um time está na série documental "Matildas", que pode ser vista no Disney+.
Desde a chegada de Tony Gustavsson, um antigo auxiliar de Pia Sundhage e também sueco, até as vésperas do início da Copa.
A relação entre a então nova comissão e as atletas, a relação do grupo entre si, as derrotas durante a preparação, a grave contusão de Ellie Carpenter e a real chance de ficar fora do torneio, o crescimento de Mary Fowler dentro e fora de campo, a liderança de Sam Kerr, a importância de misturar gerações e a história de Katrina Gorry que, há dois anos da Copa, decidiu fazer tratamento hormonal para engravidar sabendo que talvez não se recuperasse a tempo de disputar o torneio.
Medo, desespero, alegria, paixão, entrega, dúvidas, receios, sonhos. Está tudo ali.
Agora, vendo esse time entre as quatro melhores seleções do mundo, a preparação fica ainda mais emocionante.
Não temos como saber quantos fracassos fazem parte de uma conquista. Só poderemos responder a essa pergunta quando, enfim, tivermos alcançado um grande sonho.
A história das Matildas é uma história muito comum a todas nós. E justamente por isso ela é tão cheia de beleza.
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