Cinco razões para torcer pela Austrália na Copa do Mundo
A Australia é uma intrusa na semi-final da Copa. Não deveria estar ali, mas está porque assim é o futebol que insiste em premiar histórias edificantes para além de elencos multi-campeões.
Espanha, Inglaterra e Suécia, as outras semifinalistas, eram apontadas como algumas das favoritas. São escolas tradicionais no futebol feminino. São times fortes que vem sendo formados há décadas.
A Austrália resolveu entrar com seriedade nessa parada depois de vencer a briga para sediar o evento.
Trouxeram um novo treinador e sua comissão técnica, o sueco Tony Gustavsson, e o atual elenco começou a ser formado. Muitas derrotas fizeram parte da preparação. Mas Gustavsson não abriu mão de seu planejamento.
Classificação e jogos
Mary Fowler, a jogadora que hoje é o centro gravitacional do time, tinha pouco mais de 15 anos quando Gustavsson chegou. Hoje, estamos vendo Fowler virar mulher diante de nossos olhos.
O trabalho com as Matildas, como o time australiano é conhecido, tem sido realizado com muita proximidade da torcida, o que ajuda a construir a idolatria que estamos vendo chacoalhar o estádio a cada jogo.
Uma vitória das Matildas na Copa provaria que esse tipo de planejamento tem efeito prático.
Outra coisa que a conquista inédita do time da casa revelaria é que o futebol feminino tem espaço para as seleções consideradas mais periféricas no meio. E isso é um incentivo a que outras sigam investindo como fez a Austrália.
A idolatria que estamos vendo crianças nutrirem por atletas como Kerr, Ford, Gorry, Arnould e Fowler ganharia uma nova dimensão com essa conquista. E não se constrói um esporte sem idolatrias.
A Australia seria imitada por países sem muita tradição no futebol que entenderiam que o feminino não depende do masculino e pode existir separadamente.
E, finalmente, crianças no mundo inteiro saberiam que o futebol é uma caminho delicioso para a terra das coisas que um dia nos disseram que seriam impossíveis.
Por tudo isso, minha torcida é pela Austrália sabendo que, a despeito de quem erga a teça, nós mulheres já vencemos.
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