Corinthians feminino vence a frágil masculinidade corintiana e é tetra
As mulheres salvaram o ano do Corinthians, mas ninguém da atual gestão parece se importar
O time feminino do Corinthians foi tetra campeão da Libertadores. Feito inédito e conquista de um time que não se cansa de ganhar. Venceu o grande rival de uma vida, o Palmeiras.
Leila Pereira estava presente para prestigiar seu time. Duilio Monteiro Alves nem foi e nem parece ter se importado muito com o feito. Ele já disse que não ligava de liderar uma administração sem títulos porque estava arrumando a casa, referindo-se à sua gestão e ao time masculino e ignorando os múltiplos títulos do feminino.
Só uma coisa poderia salvar sua administração, e é justamente o time feminino. Mas ele recusa a se apropriar do trabalho. O grupo rachou quando as mulheres e manifestaram contra violência de gênero por ocasião da contratação de um treinador condenado por envolvimento no estupro de uma adolescente.
O time masculino fechou contra elas. A diretoria fechou conta elas. As organizadas fecharam contra elas. Os CTs se isolaram. As mulheres que reclamam de violência de gênero, de estupro, de abuso, de assédio, de feminicídio, essas chatas, estão por conta própria.
E por conta própria, jogando sem patrocínio no peito da camisa, elas chegaram onde ninguém até hoje chegou. Depois da conquista, silêncio eloquente e amargurado dos colegas do masculino.
A atual diretoria do Corinthians é, sob todos os aspectos, indefensável. Era dever evitar o racha. Deveria ter reaproximado os elencos. Deveria ter se educado sobre violência de gênero. Assim como era dever não contratar condenado por estupro. Assim como era dever manter o escudo associado a causas sociais.
Tudo jogado na lata do lixo. Esse time seguiu porque tem brio, tem um elenco cheio de decência, tem uma goleira monstruosa, tem (teve) Arthur Elias e, acima de tudo, tem a incansável guerreira alvinegra Cris Gambaré, diretora de futebol.
O Corinthians feminino venceu o Corinthians masculino, venceu a frágil masculinidade corintiana, venceu o arquirrival e foi campeão de tudo o que podia ser durante a fracassada gestão Duílio Monteiro Alves.
Aos que deram as costas para essas mulheres, a certeza de que não amam um manto, amam homens vestidos com esse manto.
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